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O trabalho realizado pela Federação dos Clubes de Integração e Troca de Experiência (Federacite) é um modelo de como a união pode proporcionar o crescimento do setor produtivo. “Se tivéssemos uma Federacite nacional, o cenário poderia ser diferente, pois o que falta ao produtor brasileiro é ter consciência da importância do seu trabalho e comunicar isso à sociedade”. A afirmação é do ex-ministro da Agricultura, Antonio Cabrera. Ele palestrou na Casa da Federação dos Clubes de Integração eTroca de Experiências na Expointer durante comemoração dos 40 anos do Movimento Citeano.
Cabrera deu alguns exemplos como o tempo médio para a liberação de uma patente no país, que gira em torno de 13 anos ou a obrigatoriedade de escrever “água mineral natural” e “não contém glúten” em uma garrafa de água mineral. “Não podemos contar com o governo. Se o Brasil não tivesse área agricultável, isso seria um problema. Mas o que temos é o excesso de burocracia e isso podemos resolver”. O volume de leis no Brasil provoca o engessamento do setor produtivo e onera empresários, trabalhadores e consumidores. “Sem burocracia o Brasil pode decolar”, completa.
O ex-ministro, que ficou na pasta de 1990 a 1992, foi responsável pela aprovação da primeira lei agrícola do Governo Collor, que criava a equivalência produto para cálculo de dívidas, uma grande vitória para o setor. Também foi em sua gestão que o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) foi criado.
O presidente da Federacite, Carlos Simm, pontuou que o setor produtivo tem muitos desafios – diferentes do que encontrava há quatro décadas e que as palavras do ex-ministro comprovam que a união e o protagonismo do setor são uma das virtudes de quem integra os Clubes de Integração e Troca de Experiências. Segundo ele, a globalização passou a dar novas referências e a exigência dos consumidores aumentou. “A integração de sistemas produtivos e sustentabilidade são as principais estratégias para o agronegócio e foram exatamente com estes conceitos que o Movimento Citeano começou sua trajetória”, explicou.