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28/09/2016 – CP: Direitos dos animais: causa ou oportunismo?

CORREIO DO POVO | ARTIGO – OPINIÃO | PÁGINA 2

Não é preciso contar para perceber que nas campanhas para vereador nas grandes cidades e — tenho certeza — em muitos outros municípios do Interior, os “defensores dos animais” são numerosos. Saudamos com alegria o interesse de tanta gente em defender a vida animal.

Entretanto, cabe ressaltar que a mobilização que a causa provoca pode distorcer objetivos e criar oportunistas. Preste muita atenção nas propostas. Dizer-se “defensor dos animais” e não expor ideias plausíveis chega a ser uma afronta, mas pode acabar iludindo eleitores incautos.

A que tipo de ação estão se referindo os candidatos quando falam em nome dos animais? Usar uma causa como bandeira requer conhecimento de sua importância e complexidade. Não se trata apenas de adoção ou castração. Trata-se da necessidade de uma política mais ampla, que preveja ações concretas em consonância com outros setores de saúde pública.

Por isso, prezado cidadão, procure saber se as propostas apresentadas possuem alguma profundidade. Dos vereadores que concorrem à reeleição, as proposições que já fizeram de fato se tornaram algo útil? Aplicável? Busque esta informação. Pelo bem dos animais e pelo bom uso do seu voto.

Muito do que acompanho, como presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do RS, é lamentável. Projetos sem constitucionalidade e sem a mínima possibilidade de aplicação pelo Poder Municipal. Mas o apelo é grande, gera debate, leva o nome de seus propositores adiante. Simples floreios para ganhar notoriedade.

Quero deixar claro que se trata de uma causa legítima, digna e que precisa ser defendida com afinco, mas não de forma eleitoreira. A defesa da vida, do bem-estar e do respeito aos animais está cada vez mais presente nas sociedades desenvolvidas. A saúde dos animais – que afinal está diretamente ligada à saúde pública – precisa sim ser bandeira de políticos. Mas precisamos de gestores preparados, que defendam isso tudo de uma forma concreta e responsável.

Rodrigo Lorenzoni – presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul

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