CORREIO DO POVO | RURAL | PÁGINA 11
Se conseguir se manter livre da Influenza aviária, o Brasil poderá ampliar a venda de carne de frango e ovos para outros países. Levantamento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) aponta que mais de 600 mil toneladas estão banidas das exportações pelo mundo, em função dos casos da doença notificados em 35 países. “O Brasil tem que se preparar para atender boa parte desse quantitativo, porque o nosso status sanitário impecável passa a ser referência. Países como Rússia e Egito já estão comprando nosso material genético”, citou o presidente da ABPA, Francisco Turra, durante reunião, ontem, em Porto Alegre, que mobilizou o setor produtivo, autoridades e serviço veterinário oficial para debater ações preventivas contra a doença.
O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Nestor Freiberger, afirma que o Rio Grande do Sul, que exportou no ano passado 746 mil toneladas, teria condições de abastecer parte desse mercado externo disponível em curto prazo, amparado em acordos comerciais já existentes e na capacidade instalada. “O Brasil estando liberado na questão sanitária, conseguiria fechar novos embarques imediatamente. Como tivemos retração no consumo interno, em função da crise, seria uma forma do nosso setor atender uma demanda maior”. comentou. De acordo com Freiberger, o Estado produziu 840 milhões de aves, em 2015.
Desse total, exportou 45,5%. “Em médio prazo, poderíamos elevar em até 10% a produção”, estima.
Para continuar longe da enfermidade, que seria “catastrófica para o Rio Grande do Sul”, Freiberger reivindica, com urgência, a proibição do trânsito interestadual de aves vivas. “A circulação seria uma forma muito perigosa de espalhar um possível foco da doença de uma para várias regiões”, explica, acrescentando que as granjas e frigoríficos devem continuar impedindo o acesso de qualquer pessoa estranha às suas instalações.
A auditora fiscal federal agropecuária da Superintendência do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, Taís Barnasque, pediu que qualquer comportamento suspeito de aves, de granjas ou de fundo de quintal, seja informado imediatamente às inspetorias veterinárias e responsáveis técnicos. Em fevereiro, uma equipe irá monitorar aves migratórias na Lagoa do Peixe.