ZERO HORA | CAMPO ABERTO | PÁGINA 19
Sem poder ter um projeto de longo prazo, por conta do governo interino, o ministro Blairo Maggi prometeu logo que assumiu o cargo resolver questões internas no Ministério da Agricultura com a meta de deixar a marca da eficiência. Ontem, ao apresentar o Plano Agro Mais, um pacote com 69 medidas para modernizar e simplificar normas e processos, reforçou o objetivo de desburocratizar o agronegócio.
Entre as ações anunciadas, estão o fim da reinspeção dos portos e carregamentos vindos de unidades com Serviço de Inspeção Federal (SIF), o lançamento de um sistema de rótulos e produtos de origem animal e alteração da temperatura de congelamento da carne suína (-18ºC para -12ºC).
Com a eliminação de entraves burocráticos, o setor privado e o governo federal devem ter ganho de eficiência estimado em cerca de R$ 1 bilhão ao ano, segundo o Ministério da Agricultura. Os principais gargalos foram identificados por um grupo de técnicos da pasta, que analisou 315 demandas relatadas pelo setor produtivo e definiu as medidas prioritárias da primeira fase do Agro Mais.
Superintendente do Ministério da Agricultura no Estado, Roberto Schoroeder avalia que as simplificações deverão ajudar os técnicos a perder menos tempo com burocracia e se dedicar à fiscalização.
– Os processos podem ser baseados mais na confiança e, quando as regras não forem cumpridas, as providências cabíveis serão tomadas – explica Schoroeder.
Vice-presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa), Marcos Lessa disse que análise mais aprofundada dos impactos das medidas só poderá ser feita quando todas forem conhecidas.
– Muitas áreas técnicas não foram consultadas, e isso cria um pouco de receio. Mas vamos esperar para conhecer todas as medidas antes de nos manifestar – disse.
O risco, segundo a delegada sindical do Anffa no Estado, Consuelo Paixão Cortes, é de que que medidas importantes não passem por critérios técnicos, atendendo apenas o interesse do setor produtivo.