ZERO HORA | SUA VIDA | PÁGINA 30
Método simula um abraço e ajuda a dar mais conforto ao animal nos momentos de medo, garantem especialistas
Um abraço significa muito mais do que um gesto de carinho. Representa conforto e segurança. Foi a partir dessa ideia que uma técnica para reduzir o estresse de cães com os fogos de artifício tornou-se popular na internet. Conhecido como Tellington Touch, o método desenvolvido pela norte-americana Linda Tellington-Jones consiste em amarrar em “x” uma faixa no peito e no dorso do animal, buscando sensação de bem-estar.
– Essa amarradura pressiona pontos sensoriais do cão, simula um abraço e dá a condição de segurança de que ele precisa nos momentos de medo – diz o médico veterinário Pedro Ferraz, que trabalha com comportamento animal.
Para surtir o efeito esperado, é fundamental colocar um pouco de pressão ao fazer a amarração, estimulando, assim, os locais desejados. É importante a adaptação ao método antes de o pet ser submetido ao estresse. O ideal é que, dias antes da data em que o cão será exposto aos sons, o tutor faça a amarração e deixe o peludo com ela por cerca de 20 minutos.
– É um trabalho de comportamento. Aconselho a ir acostumando o animal aos poucos, para ele associar aquilo a algo bom, e perceber que não é uma agressão – diz a veterinária acupunturista Esther Halfon.
Esther orienta que é importante colocar tampões nos ouvidos dos bichos. Assim como a faixa, é preciso adaptação:
– Indico acostumar o cachorro aos poucos para que ele entenda que o tampão gera algo para o bem. É bom colocar a proteção, dar um petisco e tirar o acessório para que ele perceba que não é uma agressão.
Os especialistas listam ainda uma série de orientações que ajudam na hora da explosão dos fogos. Mantenha o animal em locais aos quais está habituado, deixando acesso a ambientes em que ele possa se esconder.
Pedro Ferraz destaca outro ponto que deve ser respeitado: não se deve acariciar o pet na tentativa de acalmá-lo. Conforme o especialista, isso é prejudicial para a autoestima do cachorro, que deve aprender sozinho a conviver com os medos.
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