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13/02/2017 – JC: Cadeia produtiva espera que ferramentas de contratos futuros tenham vindo para ficar

JORNAL DO COMÉRCIO | AGRONEGÓCIOS | PÁGINA 5

Entre as lições deixadas pelas oscilações tão grandes no preço do milho do ano passado para cá, talvez a principal seja a noção da importância de instrumentos que gerem segurança para os dois lados da cadeia. Os contratos prévios de venda, por exemplo, que viraram uma realidade nessa safra, são vistos como a garantia de uma relação de equilíbrio entre produtores e compradores.

“Nosso desejo é de que se torne uma rotina. É uma ferramenta capaz de tranquilizar as duas pontas, senão vai ser sempre essa gangorra, em que cada vez um sai perdendo”, comenta o engenheiro agrônomo da Emater-RS, Alencar Paulo Rugeri. O ciclo teria ensinado os produtores a fazerem contratos na prática, acrescenta o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, que questiona, porém, se os compradores manterão o ímpeto nas próximas safras.

“As indústrias têm posição mais cômoda, pois não fazem estoque e contam, todos os anos, com mecanismos do governo para escoar a produção do Centro- Oeste”, comenta da Luz. O economista ressalta que não critica os preços mais baixos praticados em outros estados, uma vez que seria mérito da região, mas sim os subsídios dados pela União para custear o frete do grão até o Rio Grande do Sul, por exemplo. “O preço do milho gaúcho é equilibrado com o preço do Centro-Oeste acrescido do frete. Se dá subsídio para o transporte, baixa o preço aqui. Isso gera uma competição desleal”, argumenta.

Na outra ponta, o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado (Sips), Rogério Kerber, cita outra vantagem no acordo. “Com isso, se reduz os custos intermediários, evitando ter de armazenar em um local, que tem custo de carga e descarga, entre outros”, comenta. Na visão do executivo, a ferramenta é importante, mas não muda o fato de que a produção gaúcha seria insuficiente para o consumo.

Sobre os preços, Kerber afirma que estão – e continuarão – balizados pelos valores internacionais. A grande queda nos preços, porém, não estariam sendo aproveitados pela indústria como poderiam, ainda pelos efeitos do ano passado. “O setor está descapitalizado, porque o desempenho de 2016 foi péssimo com aqueles custos impensáveis. Não há fluxo de caixa para fazer estoque”, argumenta Kerber, que conta que os setores estão pleiteando linhas de crédito com esse objetivo.

Nas próximas semanas serão lançadas no mercado opções de negociação de milho para que o produtor tenha como proteger- se das oscilações de preço, anunciou o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que disse já ter tratado do assunto com o Banco Central e com o Ministério da Fazenda. “É preciso se antecipar aos fatos”, observou o ministro.

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