CAMPO e LAVOURA | ZERO HORA | PÁGINA 2c
CAIO ROCHA*
O leite é um alimento que traz diversos benefícios para o organismo, proporcionando vitaminas, cálcio e fósforo e pode ser consumido diariamente. Para quem não gosta de leite, iogurtes e queijos são bons substitutos. No entanto, o consumo diário preconiza que esse produto deva ser produzido de maneira adequada. Mas, infelizmente, temos visto em todo o Brasil casos graves de fraude ao produto que, além de se tornar prejudicial à saúde, em decorrência das substâncias adicionadas, é um ato criminoso contra o consumidor.
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O Ministério da Agricultura (Mapa) tem trabalhado para melhorar a qualidade e a competitividade do leite produzido no Brasil. O país já é um dos maiores produtores de leite do mundo e tem grande potencial para o aumento da produção. Hoje, o crescimento médio anual é de 4,1%. O consumo também cresce, um pouco menos, 3,3%. Nossa produtividade ainda é baixa, chegando a 4,4 litros por vaca a cada dia. Por isso, queremos aumentar a confiança do consumidor, oferecendo um produto de qualidade, fazendo crescer o consumo e ampliando os mercados interno e externo.
Nossa proposta é trabalhar com seis pilares principais que irão ajudar a atingir esses objetivos a curto, médio e longo prazo. São eles a assistência técnica e gerencial, o crédito agrícola, a sanidade animal, a qualidade do leite, o marco regulatório para a cadeia e o consumo de lácteos.
Tento tudo isso em vista, nossa meta é promover a ascensão dos produtores das classes D e E para a classe C, por meio de acesso ao crédito, capacitação, política de garantia de preços, logística, ou seja, constituir uma política de direitos para o produtor rural. Queremos capacitar 80 mil produtores de leite nos próximos quatro anos, com tecnologias adequadas, gestão da propriedade, índices de produtividade e boas práticas de produção do campo à indústria.
O crédito já está mais fácil de ser adquirido, por meio do Inovagro, o qual foi desburocratizado a fim de incentivar a adesão a recursos para a modernização da produção de lácteos. O produtor tem três anos de carência e 10 anos para pagar.
Já estamos combatendo a brucelose e a tuberculose e promovendo programas de educação sanitária voltada para o controle das doenças. Nossa meta é ampliar os índices de vacinação de brucelose de 60% para, no mínimo, 80%.
Outra questão é fortalecer a rede de laboratórios, com monitoramento contínuo da qualidade das análises por ensaios de proficiência interlaboratorial. Pretendemos consolidar as ações do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro-RS ) como referência na rede.
Hoje, exportamos só 1% do leite produzido no país, mas a meta é a abertura de novos mercados, para passarmos a exportar 3% do que é produzido. Isso significa sair de 350 milhões de litros exportados para 1 bilhão, em três anos. Este é o nosso desejo para garantir o equilíbrio do consumo, do preço e da renda do produtor e da indústria.
O aumento no consumo de leite só se dará com produtos de qualidade, diferenciados, com boa procedência. Estamos trabalhando para isso. Afinal, o brasileiro merece consumir leite de qualidade, que traga benefícios para si e para sua família.
*SECRETÁRIO NACIONAL DO PRODUTOR RURAL E COOPERATIVISMO DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA