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ZH: Bons negócios motivam para primavera

CAMPO E LAVOURA | ZERO HORA | PÁGINA 6

Para os pecuaristas, a palavra “crise” passou longe na Expointer. Neste ano, os animais tiveram um faturamento recorde nos leilões – R$ 15,38 milhões – que reforçou o otimismo dos criadores para os remates de primavera.

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Entre os equinos, o maior faturamento veio mais uma vez da raça crioula. O valor acumulado nos oito leilões chegou a R$ 12,03 milhões, um crescimento de 24% em relação a 2014. Um dos principais destaques foi a comercialização da Hulha Negra da estância Vendramin, vendida a R$ 525 mil – a égua mais valorizada da história da feira.

Para José Luiz Laitano, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), o resultado é a consolidação de novos mercados:

– Muitos compradores vieram do centro-norte do país e estão cada vez mais apostando na multifuncionalidade da raça. Além destes, chilenos, argentinos e uruguaios fecharam negócios.

Só a Trajano Silva Remates movimentou R$ 8,94 milhões, valor 62% superior ao de 2014. O número surpreendeu o leiloeiro Gonçalo Silva, que no início da Expointer projetava vendas mais moderadas devido à redução de inscritos e do cenário político e econômico do país:

– Pela primeira vez, tivemos investidores do Paraguai, que estão levando a genética da raça crioula para fora do Brasil.

O gado de corte também foi destaque na feira. Os negócios da raça angus cresceram 54,58% em relação a 2014, somando mais de R$ 2 milhões. Dilvani Soldera, de Panambi, leiloou animais pela primeira vez na Expointer e saiu contente. Dono de uma cabanha com 525 matizes registradas e 120 receptoras, o produtor vendeu seis touros rústicos.

– Vencemos o campeonato de melhor trio rústico e melhor fêmea rústica. São animais que voltam valorizados. O preço ficou na média, mas é só um aquecimento para os remates de primavera. Vou fazer um leilão em outubro e estou confiante – destacou Soldera.

Para José Roberto Pires Weber, presidente da Associação Brasileira de Angus, o resultado confirma o bom momento:

– Nossa carne é reconhecida internacionalmente, e a genética apresentada na Expointer justifica essa posição – disse.