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Setor de carnes do RS projeta perdas com greve

Dirigentes do setor de carnes do Rio Grande do Sul manifestaram hoje preocupação com o início da greve dos fiscais federais agropecuários. O Rio Grande do Sul exporta – anualmente – mais de 700 mil toneladas de carne de frango, 150 mil toneladas de carne suína e quase 100 mil toneladas de carne bovina. “O setor embarca produtos diariamente para dezenas de países. Um único dia de paralisação já provoca grandes impactos”, explica o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos, Rogério Kerber.
O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura, Nestor Freiberger, afirma que as empresas não têm condições de suportar mais um entrave. “Os reflexos são muito rápidos, pois implicam em redução de abates, perda de logística contratada e não-atendimento de contratos internacionais”, lamenta Freiberger. Segundo ele, as indústrias estão tomando pé da situação mas o anúncio de greve por tempo indeterminado traz muita insegurança para o setor. “É urgente que se encontre uma solução para este problema.”

O setor de proteína animal vem enfrentando uma série de obstáculos que prejudicam a competitividade. O salário mínimo regional maior do que em outros estados e custos de diversos itens da planilha – como energia elétrica – mais altos, fazem com que os investimentos no segmento gaúcho sejam cada vez menores. Além disso, a perspectiva de maior carga tributária, tanto federal quanto estadual, deixa o segmento de produtos de origem animal em grande desvantagem. O diretor do Sindicato das Indústrias de Carnes no Rio Grande do Sul, Zilmar Moussale conclui que “a greve vem tornar a situação insustentável para os empresários do setor”.