Campo e Lavoura | Zero Hora | Página 5
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– Essa situação toda fez os produtores se mobilizarem. Não é para agir como polícia, mas para tentar defender seu patrimônio – destaca Paulo Ricardo de Souza Dias, diretor da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).
SEGURANÇA PARTICULAR NO RADAR
Há duas semanas, os produtores fizeram uma manifestação contra o abigeato na estrada Corredor dos Collares, onde bandidos têm agido livremente. Em Bagé no mesmo dia para participar de posse da chefia regional, o chefe de Polícia Civil do Estado, Guilherme Wondracek, foi convidado a ir até o local, onde ouviu reivindicações de mais segurança no campo.
Menos de 12 horas depois do apelo, a Cabanha Capanegra foi vítima de abigeatários a poucos quilômetros dali.
– Mataram seis reprodutoras da raça angus, todas elas prenhes. As vacas foram carneadas na fazenda mesmo. Ficaram apenas as cabeças e o espinhaço dos animais – lamenta Fernando Dornelles Pons, proprietário da cabanha.
Vítima de abigeato pela primeira vez, Pons é praticamente um caso isolado. Na Campanha, é difícil encontrar algum pecuarista que não tenha tido animais mortos ou roubados para abastecer a cadeia criminosa – que começa com o furto, passa pelo transporte ilegal e abate clandestino e termina na venda ilegal da carne aos consumidores.
– Estamos falando de quadrilhas organizadas, que comentem crime não apenas contra os produtores, mas contra a saúde pública – critica o presidente do Sindicato Rural de Bagé, Rodrigo Móglia.
A pouco mais de cem quilômetros de Bagé, produtores de Pedras Altas, no Sul, também passam por problemas parecidos. Mas em vez de formarem grupos para garantir a vigilância dos rebanhos, a organização é para contratar segurança particular. Diante do aumento nos crimes, a ideia é juntar recursos de pecuaristas para bancar a vigília noturna de um profissional em fazendas que fiquem em um determinado raio de distância.