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JC: OIE reconhece Estado como livre de peste suína

ECONOMIA | JORNAL DO COMÉRCIO | PÁGINA 15

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reconheceu nesta quinta-feira, Rio Grande do Sul e Santa Catarina como Zonas Livres da Peste Suína Clássica (PSC). A solenidade ocorreu durante a 83ª Sessão Geral da entidade, em Paris. É a primeira vez que a organização reconhece zonas e países livres da doença. Até então, a certificação era emitida pelos próprios países, com normas estabelecidas internamente. O governador José Ivo Sartori, o secretário da Agricultura e Pecuária, Ernani Polo, e deputados estaduais participaram do ato de entrega.

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Os dois estados do Sul respondem por 70% das exportações brasileiras de carne suína. Só o Rio Grande do Sul envia mais de 30% da produção para mais de 60 países. No ano passado, o setor movimentou mais de R$ 13 bilhões no Estado. Considerando o efeito renda, o Rio Grande do Sul tem mais de 170 mil pessoas envolvidas na cadeia suinícola.

As enfermidades certificadas pela OIE são utilizadas como normatização pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Para obter o status de área livre de PSC, Rio Grande do Sul e Santa Catarina tenderam
a uma série de critérios estabelecidos pela OIE, examinados por um comitê técnico.

O relatório produzido por autoridades do setor foi remetido ao Conselho Deliberativo da organização.
Agronegócios OIE reconhece Estado como livre de peste suína Emitida também para Santa Catarina, certificação internacional pode aumentar competitividade do produto gaúcho Governador José Ivo Sartori e comitiva gaúcha participaram do ato de entrega em Paris

Desde 1991, não há registro da PSC no Rio Grande do Sul. A atuação conjunta do poder público e da iniciativa privada proporcionou avanço no controle e na erradicação da peste. O Rio Grande do Sul foi
uma das primeiras unidades da federação a serem reconhecidas nacionalmente como áreas livres.
A vacinação foi suspensa em 1992 e se iniciou então o processo de erradicação. A PSC é uma doença viral, de notificação compulsória. Em animais jovens, a taxa de mortalidade pode chegar a 90%. Já em
exemplares mais velhos, a doença pode se apresentar de forma mais discreta ou até ser subclínica. Entre os sintomas, estão febre alta, leucopenia severa (contagem de leucócitos abaixo do normal), hemorragias
e dificuldade de locomoção.

Ao destacar a importância da certificação para o Rio Grande do Sul, o governador José Ivo Sartori ressaltou que isso vai permitir maior competitividade ao Estado. “O mercado internacional exige cada vez mais qualidade, boa procedência, inovação e tecnologia no processo produtivo. Certamente, é uma grande conquista “, comemorou.

O secretário Ernani Polo disse que se trata de uma conquista construída ao longo de 10 anos, que só foi possível graças a um trabalho técnico efetivo. “A certificação nos dá um status sanitário diferenciado e
vai nos garantir a preferência de países que compram produtos suínos”, salientou. Representante da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) no encontro da Organização Mundial de Saú-
de Animal, o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, comemorou a certificação do Rio Grande do Sul como Zona Livre de Peste Suína Clássica. Para Sperotto, o impacto das medidas será imediato. “É um passo importante, que dá condição aos suinocultores gaúchos e catarinenses de acessarem todos
os mercados mundiais”, projeta.

Para o presidente do Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fundesa), Rogério Kerber, a certificação é o coroamento de um trabalho realizado há muitos anos pelo serviço oficial em conjunto com produtores e indústrias de suínos. “É o reconhecimento de que temos condições de trabalhar por uma condição sanitária compatível com a importância do agronegócio gaúcho.

Catarinenses alertam que Brasil pode perder espaço no mercado global no longo prazo

Em nota, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) informa que, em um período maior, há risco de perda de market share em uma eventual redução do número de estados brasileiros certificados como zonas livres pela OI?E. A federação também não descarta possíveis retaliações contra o Brasil por parte de países que também obtenham o reconhecimento da OIE. No entanto, até 2016, a Faesc não prevê mudanças em relação às exportações de carne suína, pois a maioria dos concorrentes do Brasil também está no processo de busca por reconhecimento internacional.

De acordo com o presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos, Mário Lanznaster, o Paraná também solicitou o reconhecimento de Zona Livre da Peste Suína Clássica à OIE, mas não obteve a certificação. “Faltaram alguns documentos”, afirmou o empresário, também em nota.