CORREIO DO POVO | CADERNO RURAL | PÁGINA 3
Em pouco mais de dois meses, desde a confirmação de caso de mormo no Estado, em 2 de junho, mais de 10 mil equinos já foram testados para a doença. Os dados preliminares são da Superintendência do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul (Mapa/RS) e referem-se a junho, quando pouco mais de 7 mil cavalos fizeram exames para mormo, e uma parcial de julho. A estimativa é que em agosto e setembro a demanda aumente devido à Expointer e desfiles da Semana Farroupilha. A orientação é que os criadores que planejam transportar equinos neste período façam o teste imediatamente. “Se deixarem para setembro, o laboratório não terá capacidade para atender”, alerta o chefe do Serviço de Saúde Animal do Mapa/RS, Bernardo Todeschini. Oresultado do exame, que vale por 60 dias, tem demorado de sete a dez dias. Com o aumento da procura, atendência é que o prazo também aumente.
Até o momento, só um foco, em Rolante, foi confirmado. O cavalo com laudo positivo para o mormo foi sacrificado. Sete suspeitas — ocorridas em quatro propriedades em Rolante e uma em Igrejinha, com animais que tiveram algum contato com o equino contaminado; uma em Rio Grande e outra em Cruzeiro do Sul — foram descartadas. Outras 14 suspeitas — em Alegrete, Boa Vista do Cadeado, Carazinho, Minas do Leão, Pelotas, Porto Alegre, São Jorge, Santo Antônio das Missões, Torres, duas em Cruz Alta e três em Uruguaiana — seguem aguardando resultado de teste complementar. Quando o laudo do exame de triagem não é negativo, o Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) repete a análise para confirmar o diagnóstico da doença. Entretanto, o retorno é demorado porque as amostras são enviadas para o Lanagro de Recife, em Pernambuco. O Lanagro-RS ainda não tem metodologia validada para análise de mormo.
Todas as propriedades que ainda estão sob suspeita foram interditadas.“Para evitar novos focos, não podemos abrir aguarda e negligenciar os riscos”, alerta o veterinário Gustavo Diehl, responsável pelo Programa de Sanidade Equina da Secretaria da Agricultura (Seapa). Ele explica que, no caso da propriedade em Rolante, onde foi confirmado foco de mormo, são necessários dois exames negativos com intervalo de 45 dias entre as coletas, para liberar o trânsito de cavalos. Todos os animais já foram testados —a segunda coleta de saneamento foi realizada há mais de 50 dias, em 1º de julho, mas oresultado ainda não foi liberado. Apesar do temor, Diehl destaca que não está proibida arealização de eventos com aglomeração de equinos. Entretanto, salienta que permanece obrigatória a apresentação de laudo negativo para mormo para a emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA). A medida visa impedir que a doença se espalhe e busca retomar a condição de estado livre de mormo para o Rio Grande do Sul