RURAL | CORREIO DO POVO | PÁGINA 12
A comercialização de sêmen bovino cresceu 0,3% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a 7,6 milhões de doses, segundo levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). A estabilidade do volume total esconde, no entanto, duas diferentes circunstâncias vividas pela pecuária brasileira. Nas comparações entre os mesmos períodos, a venda de doses destinadas aos bovinos de corte cresceu 8%, enquanto a voltada para a pecuária de leite caiu 7%.
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O diretor operacional da Asbia, Márcio Nery, diz que a diferença é mercadológica, pois os últimos 12 meses foram bastante favoráveis à pecuária de corte e pouco para a de leite. Nos últimos cinco anos, conforme Nery, o mercado de venda de sêmen no Brasil tem apresentado crescimento considerável — de 30% a 40%. Eopotencial é maior ainda. O Brasil tem 76 milhões de vacas, sendo 60 milhões de corte e 16 milhões de de leite, e insemina somente 12% do total.
“Podemos crescer mais e as indústrias de inseminação artificial estão trabalhando para isso”, destacou Nery, explicando que um dos entraves é a falta de mão de obra especializada. “Nós (Asbia) acreditamos que vamos conseguir crescer, porque o Brasil demanda eficiência produtiva e a inseminação artificial, que leva melhoramento genético aos rebanhos, é a resposta mais barata e eficiente”, acredita.
O relatório da Asbia também incluiu dados sobre o uso da técnica de inseminação nos últimos seis anos, revelando o desempenho por raças. E aponta que a venda de sêmen Angus aumentou 281% neste período, liderando o ranking das raças de corte em 2014 com mais de 3,2 milhões de doses. De acordo com o gerente do Programa de Carnes da Associação Brasileira de Angus, Fábio Medeiros, a raça tem crescido bastante no país, entrando no cruzamento industrial no Centro-Oeste. Entre as raças leiteiras, o gado Holandês dominou 64% do mercado no ano passado, com mais de 3,1 milhões de doses vendidas.
Nas exportações, o aumento foi de 36% em produtos voltados para corte e 54% nos de leite. Nery diz que o crescimento percentual é grande, mas o volume exportado ainda é pequeno — menos de 200 mil doses no primeiro semestre.