RURAL | CORREIO DO POVO | PÁGINA 8
Ainda sem previsão de chegada ao mercado, os medicamentos genéricos de uso veterinário devem custar
de 40% a 70% menos que os originais. Segundo o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS), Rodrigo Lorenzoni, o primeiro percentual é
sustentado por estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), enquanto o segundo tem sido sistematicamente repetido pela ministra Kátia Abreu. “É com esses dados que estamos trabalhando”, comenta.
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Lorenzoni ressalta que, para o CRMV-RS, o fundamental é que os genéricos contenham as mesmas propriedades dos originais. “Não é admissível, por exemplo, que um antiparasitário seja aplicado no rebanho e não corresponda, colocando em risco a nossa saúde.” Apesar da preocupação, Lorenzoni afirmou que o Ministério da Agricultura (Mapa) conta com um núcleo técnico “muito competente
e capacitado”, que seguramente dará atenção a isso. Para o vice-presidente da Farsul, Gedeão
Pereira, os genéricos de uso veterinário devem reproduzir os da linha humana, “com qualidade
e economia.”
O vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), Emílio Salani, disse não ser possível estimar a data de chegada dos medicamentos
ao mercado porque nem todas as indústrias de produtos para saúde animal irão optar por produzir o genérico. “Vai depender da opção e da celeridade de cada empresa em encaminhar os registros.”
O decreto que regulamenta o registro de medicamentos genéricos de uso veterinário foi assinado pela presidente Dilma Rousseff no início de maio. A publicação ocorreu três anos após sancionada a
lei criada com esta finalidade. O registro de produtos genéricos veterinários estará a cargo do Ministério da Agricultura. O mercado de medicamentos veterinários movimenta R$ 14 bilhões por ano, sendo R$ 600 milhões para animais domésticos.