CORREIO DO POVO | CADERNO RURAL | PÁGINA 3
Consciência e cautela são palavras-chave para os criadores de cavalos, pelo menos enquanto durar o período de seis meses de observação posteriores à confirmação do primeiro caso de mormo no Estado. Se não houver novos casos até dezembro,o Rio Grande do Sul pode retomar a condição de livre da doença. “É preciso levar em conta o potencial do mormo e a rapidez com que ele se alastra”, salienta o presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Eduardo Finco. Sobre a Expointer, ele se diz tranquilo porque a admissão de animais obedece a critérios muito rigorosos. “Dentro do parque este temor não existe”, assegura.
A preocupação se mantém no caso de eventos abertos com aglomeração de cavalos. Esta nova realidade, que exige exames periódicos para assegurar a sanidade equina, divide opiniões. Se, por um lado, criadores estão apreensivos com os riscos ocasionados pela zoonose, alguns tradicionalistas demonstram contrariedade com as exigências impostas. Pelo menos 16 municípios já cancelaram os desfiles alusivos à Semana Farroupilha. A orientação do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) é manter os desfiles, mas somente com equinos testados. “Todos temos que fazer um esforço para retomar a condição de estado livre”, destaca o presidente do MTG, Manoelito Savaris. A expectativa da entidade é que, para o 20 de Setembro, pelo menos 30 mil cavalos façam o teste para mormo. O Estado tem 530 mil equinos —destes, 80 mil participam dos desfiles. Uma das principais questões é o preço do exame, que varia de R$ 90,00 a R$200,00. “O importante é juntar grupos grandes, de 30 a 40 criadores, para enviar de 100 a 200 amostras de uma só vez para baratear o custo”, sugere o veterinário Henrique Noronha,consultor do Conselho de Veterinária.