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23/9/2015 – CP: BM e manifestantes entram em confronto

POLÍTICA | CORREIO DO POVO | PÁGINA 4

A manhã que antecedeu a polêmica votação do aumento das alíquotas do ICMS na Assembleia, ontem, foi marcada por tensão e um confronto que era esperado desde o início do dia entre a Brigada Militareservidores públicos estaduais. Os manifestantes que estavam na Praça da Matriz solicitavam o tempo inteiro que a presidência da Assembleia cumprisse a liminar concedida pelo Tribunal de Justiça na segunda-feira, permitindo o acesso aos espaços públicos da Casa. O entorno do Palácio Farroupilha e do Piratini, no entanto, amanheceu sitiado por um forte aparato de segurança com mais de cem policiais que impediam não apenas o ingresso, mas também a circulação de pedestres em frente às sedes do Executivo e do Legislativo estadual.

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Pouco antes do meio-dia, após passar horas debaixo de chuva e irritada com o fato de a presidência da Assembleia seguir sem cumprir a liminar da Justiça, parte dos manifestantes ultrapassou os gradis e chegou à porta principal do prédio do Legislativo, que é de vidro e permanecia fechada. Foi o estopim do confronto. A BM acionou rapidamente a Tropa de Choque e a cavalaria, que se encontravam dentro e nas imediações do Piratini.

Com cassetetes e gás de pimenta, os policiais avançaram sobre os manifestantes. Alguns se defenderam com guarda-chuvas. Outros ensaiaram atirar pedras. Os cavalos, o gás e o empurra-empurra geraram um iní- cio de pânico, mas a manifesta- ção acabou contida. Três pessoas foram detidas. Do alto do caminhão de som, lideranças do movimento dos servidores fizeram apelos para que os manifestantes mantivessem a calma.

Depois do confronto, reunião entre o presidente da Assembleia, Edson Brum (PMDB), parlamentares de oposição e lideranças sindicais resultou na permissão para que 200 integrantes do movimento dos servidores pudessem ingressar também no Teatro Dante Barone para acompanhar dali a votação. A Assembleia não disponibilizou telão para que a votação fosse acompanhada da rua, conforme havia sido anunciado na segunda-feira por Brum. E, no plenário, foi mantida a distribuição de senhas para 145 representantes contrários ao projeto de aumento do ICMS e 145 favoráveis.

Protesto fechou acesso à Capital

O bloqueio por mais de uma hora da avenida Mauá, o principal acesso ao centro de Porto Alegre, na manhã de ontem, marcou o início dos protestos de trabalhadores contra o projeto do aumento do ICMS que iria à votação à tarde, na Assembleia. Articulado por centrais sindicais, como CUT, CTB-RS e Intersindical, contrárias à elevação da tributação, o bloqueio come- çou por volta das 6h50min, em um dos momentos de pico do trânsito na região central. O impacto foi imediato nos fluxos vindos dos bairros pelo Túnel da Conceição e na Avenida da Legalidade. Durante parte do protesto, os manifestantes fecharam também a saída do viaduto da rodoviária. Muitos passageiros optaram por desembarcar de ônibus e seguir caminhando. Os sindicalistas permaneceram no local até por volta das 8h15. A estratégia inicial era ficar até as 9h, mas negociação com a Brigada Militar permitiu o desbloqueio mais cedo.