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CP: Avanço em bloco ainda distante

CADERNO RURAL | CORREIO DO POVO | PÁGINA 03

Embora esteja em discussão pelos estados que compõem o Codesul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul), o encaminhamento de um avanço sanitário em conjunto é visto como difícil de ser alcançado segundo o secretário de Agricultura do RS, Ernani Polo, que nesta semana
discutiu o tema com seus colegas que compõem o Conselho. “Cada um tem situações e realidades
diferentes, talvez não seja possível”, considera. Os quatro estados, porém, trabalham na elaboração de um diagnóstico sobre a situação da defesa sanitária em cada território. O resultado será apresentado em 90 dias.

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Coordenador da Comissão de Agricultura do Codesul, Polo afirma que também seria importante que o Ministério da Agricultura envolvesse Uruguai e Argentina na discussão sobre a defesa sanitária, para analisar com estes dois países o possível avanço no status. Para o veterinário Luiz Alberto Pitta Pinheiro, assessor técnico da Farsul, a análise de risco em andamento deve contemplar toda a região, o que não significa que todos os estados devem tomar posição no mesmo momento. Ele ressalta ainda que a
mudança no status altera o trânsito de animais, já que na região que suspende a vacina não poderão
mais entrar animais vacinados. “Por outro lado, o setor da suinocultura tem restrições de mercado pelo uso da vacina nos bovinos”, pondera.

Conforme o diretor do Departamento de Defesa Agropecuária da Seapa, Fernando Groff, a vacina contra a febre aftosa é uma das que possuem maior efetividade, mas não é 100%. “Ter proteção não quer dizer
que seja imune”, adverte. Com uma cobertura vacinal historicamente superior a 90% do rebanho, o Rio Grande do Sul investiu, em 2015, R$ 8 milhões com a aquisição de vacinas, já que é o único estado brasileiro a fazer a doação do material para os pequenos produtores. “O uso da vacina serve para reduzir a quantidade de focos. Como estamos há 15 anos sem foco, não transparece o efeito da vacina”, afirma Groff. Para encaminhar o pedido de mudança no status sanitário, ele acredita que é necessário vontade política e ter a parte técnica bem “ajustada”.

A discussão sobre o status sanitário também chegou ao parlamento. A Assembleia Legislativa prepara-se para debater a mudança em audiência pública marcada para o dia 22 de junho, às 14h. Proposto pelo deputado Sérgio Turra, o encontro deve reunir representantes da defesa sanitária e de entidades ligadas
ao setor agropecuário. O debate ocorre após o Rio Grande do Sul obter uma importante certificação internacional, na última assembleia da Organização Internacional para Saúde Animal (OIE), na França: a de área livre de peste suína clássica. “A ideia é debater o tema. Em Paris, vimos a importância de ser
considerada uma região com status diferenciado. A aftosa sem vacinação é uma conquista que nos colocaria em um patamar diferente diante dos mercados do mundo”, explica.