CADERNO RURAL | CORREIO DO POVO | PÁGINA 02
Se no Rio Grande do Sul a decisão sobre a retirada da vacina ainda está longe de ser tomada, no Paraná a auditoria de técnicos do Ministério da Agricultura já está em andamento. Com um rebanho de 9,1 milhões de cabeças, o Estado irá passar por um “pente fino” antes de formalizar o avanço do status sanitário à Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE). “Eles (técnicos do ministério) estão
vindo aqui avaliar a condição do Paraná no controle da fiscalização do trânsito, na reforma dos nossos postos, fiscalização volante e recursos humanos”, explica o diretor da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, Adriano Riesemberg.
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Uma segunda etapa da auditoria será feita em setembro. Se tudo correr bem, a estimativa do Paraná é de que até 2017 o Estado tenha em mãos o certificado de livre de aftosa sem vacinação. Conforme Riesemberg, os três estados da região Sul estão em uma mesma situação sanitária e seria interessante
que compartilhassem o status. Porém, os estados que mais preocupam são Mato Grosso do Sul e São Paulo, que embarcam mais terneiros para o território paranaense.
O governo paranaense sustenta, ainda, que a mudança de status irá desengavetar uma série de investimentos, tanto nas áreas de bovinos de corte e leite quanto de suínos e aves. Os projetos estariam
atrelados à conquista do novo status, já que a mudança possibilitaria o acesso a novos mercados. O Paraná também irá buscar o reconhecimento como área livre de peste suína clássica (PSC). O tema, no entanto, está longe de ser um consenso dentro do Estado. A Sociedade Rural do Paraná é a favor da alteração, desde que ela ocorra de forma simultânea com Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Um ofício com esse pedido foi encaminhado pela entidade ao governador Beto Richa.
“Não tem ninguém brigando com ninguém. São pontos de vista. Mas, na nossa avaliação, os prejuízos podem ser maiores que os benefícios”, afirma o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Moacir Sgarioni. De acordo com ele, o investimento necessário para controlar as barreiras sanitárias por 24 horas por dia seria muito alto. Ele argumenta ainda que os Estados Unidos estão próximos de dar início à importação de carne bovina do Brasil. “De novo o mercado está falando mais alto. A produção americana caiu, eles estão importando terneiros do México e nós estamos pensando em fechar a barreira num Estado que tem 4% do rebanho nacional. Estamos na contramão da modernidade.”