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CP: Auditores entram em greve

CORREIO DO POVO | ECONOMIA | PÁGINA 5

Nos aeroportos, passageiros não devem ser afetados. Trabalho de arrecadação, sim, vai paralisar

Brasília — Auditores fiscais da Receita Federal vão paralisar suas atividades a partir de amanhã por tempo indeterminado. A decisão foi divulgada ontem pelo Sindifisco, entidade que representa a categoria. A interrupção do trabalho será parcial e não vai afetar o atendimento à população. A restituição do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), por exemplo, seguirá o calendário normal da Receita. Os auditores prometem também manter a operação de fiscalização de bagagem em aeroportos.

O serviço relacionado à fiscalização de perecíveis, medicamentos, fornecimento de bordo, tripulações, bagagem desacompanhada, animais vivos e urnas mortuárias também continuará normal, afirma o sindicato. “Não nos interessa, de forma alguma, atrapalhar a vida do cidadão. Nossa paralisação não tem por objetivo prejudicar a população, sobretudo aquele passageiro que vem de uma cansativa viagem ao exterior. Tudo aquilo que disser respeito às pessoas não será afetado”, prometeu o presidente do Sindifisco Nacional, Cláudio Damasceno.

Apesar de manter o atendimento aos serviços básicos ao cidadão, a paralisação da categoria deve prejudicar principalmente os trabalhos que envolvem a arrecadação do governo, que já enfrenta dificuldades de caixa. A ideia dos auditores é comparecer aos locais de trabalho apenas para discutir os rumos da paralisação e a carreira. Não serão feitas análises de processos e repasses de créditos tributários.

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Os auditores reivindicam reajuste de 35% para o teto da remuneração e 55% para o piso. Em valores reais, o teto da categoria saltaria de R$ 22,5 mil para R$ 30,4 mil. Já o salário inicial passaria de R$ 24 mil. A categoria também pede a aprovação da PEC 186/07, que concede autonomia administrativa e financeira ao órgão, implementação da indenização para auditores que trabalham em fronteiras e regulamentação da Lei Orgânica do Fisco.

A assessoria de comunicação da Receita preferiu não se manifestar sobre o anúncio de paralisação feito pelos auditores. O Sindifisco esteve em reunião com o Ministério do Planejamento na sexta-feira passada, mas as negociações não avançaram. Nova reunião deve ocorrer esta semana. Segundo comunicado do sindicato, os auditores estão dispostos a negociar. O Ministério do Planejamento, porém, informou que o encontro ainda não consta na agenda do secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça.

Entidades apoiam e aderem ao movimento

O presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), Vilson Romero, diz que os associados estão engajados na greve e prestam total apoio ao movimento. “Nossa categoria não vem recebendo reconhecimento do governo. Precisamos fazer alguma coisa para alertar. Em Porto Alegre, a presidente da Agafisp, regional da Anfip, Tânia Garcia, reafirmou a adesão dos associados: “É preciso revelar nossa insatisfação. A greve é uma forma legal de mostrar os problemas que enfrentamos”. Mobilização por tempo indeterminado se inicia a partir de amanhã.