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CP: Abatedouro sobreum caminhão

CADERNO RURAL | CORREIO DO POVO | PÁGINA 8

Disponibilizado para comercialização em maio, um equipamento criado pela Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia (SC), em parceria com a Engmaq Máquinas e Equipamentos, de Peritiba (SC), com apoio da Cidasc e Fapesc, pode viabilizar os abates de animais em pequena escala e fomentar economias regionais, permitindo que carnes e derivados produzidos em um município possam ser comercializados
no mesmo território.

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O abatedouro móvel de suínos já lançado é o primeiro de uma série que terá, no futuro, dois similares, sendo um para aves e coelhos e outro para pescados. Trata-se de uma estrutura com todos os equipamentos necessários ao abate inspecionado, instalada na carroceria de um semirreboque, que atende a todos os padrões de controle sanitário e pode se deslocar para diferentes municípios. A capacidade de abate é estimada em 80 suínos por dia em sete horas de operação, com o emprego de
mão de obra de sete pessoas.

O fabricante pode construir o abatedouro móvel de acordo com as características estabelecidas por usuários como consórcios de produtores, municípios, comunidades e cooperativas, entre outros, a custos que variam de R$ 500 mil a R$ 3 milhões. A operação exige também uma estrutura fixa, composta por arcos de desinfecção, vestiários, pocilgas, estação de tratamento de efluentes, composteira, água potável
e energia elétrica.

Segundo a Embrapa, o abatedouro móvel pode se tornar uma alternativa para iniciativas que não se viabilizam em decorrência da pequena escala de produção, que não remunera o transporte por longas distâncias e o valor investido para o abate e processamento sob inspeção – municipal, estadual ou federal – em estruturas fixas, executadas em concreto e alvenaria.

Órgãos sanitários da Bahia e Santa Catarina já validaram o abatedouro móvel. Gaúchos também se interessaram. Representantes da Cooperativa Mista de Produção, Industrialização e Comercialização
de Biocombustíveis do Brasil Ltda (Cooperbio), com sede em Seberi, estiveram em Concórdia para conhecer o projeto para possível implantação na região de abrangência da cooperativa. “É opção para abates de pequena escala, para diminuir o custo com investimento nas instalações iniciais e para dar segurança alimentar aos produtos ofertados ao consumidor. Também para melhorar o controle sanitário dos rebanhos via serviço de inspeção, bem-estar animal e reduzir os abates clandestinos”, diz o técnico Idair Piccinin, do setor de Articulação e Implantação de Tecnologias da Embrapa Suínos e Aves.

O técnico destaca que o móvel permite que a cada dia seja feito abate em um município diferente. Assim a unidade não fica parada, o custo do abatedouro é diluído entre vários usuários e aumenta o movimento econômico dos próprios municípios. Além disso, todos os abates serão inspecionados, e as notas fiscais de procedência e destinação emitidas.

O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), Valdecir Folador, entende que esse projeto vem para atender principalmente às pequenas agroindústrias, que hoje trabalham muito com embutidos, e pode ser uma forma de evitar o abate clandestino. Destaca que
pode ser interessante para quem quer atuar no abate de suínos e na fabricação de embutidos, dependendo do investimento necessário e de sua duração.

Bruna Camila Franceschi, técnica da Cooperbio, que foi a Santa Catarina conhecer o abatedouro móvel, junto com o vice-presidente da cooperativa, Ivanor Johann, acredita que o projeto vai ao encontro da linha de atuação da cooperativa, que de modo geral, é a diversificação da produção nas pequenas propriedades rurais. Nesse contexto, o equipamento seria uma alternativa de industrialização dos animais criados pelos associados. “Esta tecnologia é interessante, pois viabiliza sua utilização em mais de um local, reduzindo custos”, comenta. Bruna diz que a cooperativa, que tem mais de 3 mil associados, todos pequenos proprietários rurais, está estudando a possibilidade de adquirir um abatedouro
móvel.