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14/06/2016 – ZH: Último prazo para vacinação

ZERO HORA | CAMPO E LAVOURA | PÁGINA 7

Data para imunizar o rebanho bovino contra febre aftosa encerra na sexta. Estado já atingiu 92,3% dos cerca de 13,9 milhões de animais

Os produtores têm até sexta-feira para vacinarem e comprovarem a vacinação do rebanho bovino e bubalino contra a febre aftosa no Estado. A meta inicial da primeira etapa da campanha 2016 era imunizar pelo menos 90% dos 13,9 milhões de animais no Rio Grande do Sul, índice que já foi atingido. Mas os dados finais só serão conhecidos após 30 de junho, data máxima para inclusão das informações no sistema pelos técnicos das unidades locais do Serviço Veterinário do Estado.

– O andamento da campanha está dentro da normalidade. Já esperávamos que o objetivo seria ultrapassado – ressalta Grazziane Rigon, coordenadora do programa de combate à febre aftosa da Secretaria da Agricultura do Estado (Seapi).

No balanço até ontem, a cobertura atingia 92,3%, o que representa 12,9 milhões de animais imunizados.

As agropecuárias credenciadas pela Seapi – responsável pela fiscalização – também podem comercializar as vacinas até sexta- feira. O custo da vacina fica em torno de R$ 1,70 a dose. Cada frasco contém 10 ou 50 doses.

Os produtores que perderem o prazo serão autuados e multados. Depois, receberão uma autorização para compra. A multa é de 100 UPFs – Unidade Padrão Fiscal – por propriedade. Incide tanto para quem realizou a aplicação e não comunicou a unidade, quanto para quem não vacinou de fato. Neste último caso, o valor é acrescido de 3 UPFs por animal não imunizado. Desde 1º de janeiro de 2016, a UPF está fixada em R$ 17,1441.

PERÍODO MAIOR, DISTRIBUIÇÃO RESTRITA

A primeira etapa da campanha 2016 começou em 1º de maio e encerraria no dia 31 de maio. Mas, atendendo a produtores dos municípios da região Sul – afetados pela chuva e com problemas de deslocamento com o gado –, a Seapi encaminhou solicitação ao Ministério da Agricultura para prorrogar o prazo. A data limite foi estendida para 17 de junho.

Outra mudança foi a redução de produtores contemplados com vacinas gratuitas. Neste ano, o governo do Estado, através do Departamento de Defesa Agropecuária da Seapi, restringiu a distribuição gratuita a produtores com até 10 animais, enquadrados nos programas da agricultura familiar. Foram 900 mil doses, volume que, segundo a Agricultura, cobriu o equivalente a 38% das propriedades. Até 2014 concedidas gratuitamente a pecuaristas com até cem animais (bovinos e/ou bubalinos), as vacinas haviam sido reduzidas no ano passado para quem tinha até 30 cabeças.

O último foco de febre aftosa no Rio Grande do Sul ocorreu em 2001. Desde então, a vacinação é obrigatória, assim como nos demais Estados do país. A exceção é Santa Catarina, considerada zona livre de aftosa sem vacinação.

PROTEÇÃO SANITÁRIA

Mesmo com algumas discussões sobre a necessidade de manter a vacinação no rebanho gaúcho, a imunização ainda é vista como a forma mais eficaz de evitar o contágio e, caso ocorra, ter um menor impacto no campo.

– A vacina está dentro do escopo da prevenção, tem efeito de proteção e, no momento em que o vírus entra no ambiente, ajuda a conter a doença – explica Grazziane.

A posição da técnica da Seapi é compartilhada por Marcus Vinícius Sfoggia, fiscal federal agropecuário e responsável técnico pelo Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro).

– É uma das principais ferramentas de erradicação da doença, servindo como uma proteção sanitária ao rebanho – afirma Sfoggia.

O Lanagro do Rio Grande do Sul é responsável por todas as avaliações de vacinas contra aftosa feitas no país. Localizado em Porto Alegre, conta com uma unidade-fazenda em Sarandi, onde são realizadas análises em animais. São cerca de 350 milhões de doses testadas ao ano, de cinco diferentes indústrias.

ANÁLISE DAS VACINAS

– Técnicos do Lanagro realizam testes nas vacinas para verificar a pureza, a composição e a conformidade de volume.
– Depois, as vacinas são aplicadas nos animais, na unidade de Sarandi, para avaliar a potência. Participam do estudo apenas animais que não têm anticorpos, isto é, nunca tiveram contato com o vírus (nem mesmo através de vacina).
– Após 28 dias, é colhido sangue e quantificados os anticorpos. No mesmo dia em que é coletado o sangue, é feita a revacinação e, após 28 dias, nova amostra é retirada para detecção de proteínas não estruturais do vírus.
– Os animais que participam dos testes são selecionados nas 27 fazendas cadastradas, de 13 municípios. Por ano, cerca de 4 mil cabeças de gado são avaliados na fazenda.

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