15/04/2016 – DC: Cortar o rabo do cachorro não pode

JORNAL DIÁRIO DE CANOAS | DC | CANOAS

Já são quase três anos que está em vigor, mas ainda tem gente que não sabe que a amputação ou corte da cauda de caninos para fins estético é proibida no Brasil. A caudectomia (como é chamado o procedimento) não pode ser feita segundo resolução do Conselho Federal de Medicina Veterinária, publicada em junho de 2013. Antes, a entidade apenas recomendava que os profissionas não fizessem a cirurgia. Mesmo assim, ainda há tutores que pedem para que a cauda do cão seja cortada, especialmente de raças com cocker spaniel, pinsher, poodle, rottweiller e doberman. A intenção é “embelezar” o animal. “São cirurgias estéticas, que expõem o animal à dor e à anestesia sem nenhuma necessidade”, comenta o coordenador de Fiscalização e Orientação Profissional do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul, Mateus Lange.

Orelhas, cordas vocais e unhas

Ainda há procedimentos mais agressivos, feitos também por estética ou para evitar que o animal cause “problemas”. A cordectomia (cirurgia que retira as cordas vocais), a conchectomia (levantar as orelhas) e onicectomia (extração das unhas do gatos) também são proibidas pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, desde 2008.”É sempre um procedimento mutilante. A orelha caída serve como proteção para o aparelho auditivo. As unhas nos gatos é importante para apreender objetos e alimentos”, fala o médico veterinário Mateus Lange. De acordo com o presidente do CFMV, Benedito Fortes de Arruda, o conselho prima pelo bem-estar do animal.”Queremos coibir a caudectomia e conscientizar o médico veterinário a não recomendá-la, já que amputar parte de um animal por motivo torpe é inadmissível.”

Denúncias

O médico veterinário que infringir as normas determinadas pelo Conselho Federal de Medicina Veterináira estará sujeito a processo ético-profissional. Conforme o coordenador de Fiscalização e Orientação Profissional do conselho regional, Mateus Lange, não são mais frequentes as denúncias contra profissionais que fazem os procedimentos, mas ainda ocorrem. “Há casos mais graves, de leigos que fazem essas cirurgias. Aí configura exercício ilegal da profissão e maus-tratos”, alerta. Denúncias devem ser feitas no Conselho Regional de Medicina Veterinária, que fica na Rua Ramiro Barcelos, 1793, sala 201, Porto Alegre. Telefone 2104-0566 e e-mail crmvrs@crmvrs.gov.br.