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9/6/2017 – Combate à resistência aos antimicrobianos toma forma no país

As despesas com biosseguridade, uso prudente de antimicrobianos e bem-estar animal devem ser encaradas pelo produtor como investimento. A afirmação foi do presidente do Fundesa, Rogério Kerber, durante a abertura do 1º Encontro Técnico de Suinocultura, realizado nesta sexta-feira (9) em Encantado, dentro da programação da Suinofest. Investir nestes aspectos ajuda a melhorar a competitividade das granjas pois aumenta a produtividade e reduz as perdas.

Uma das revelações do evento foi que o Brasil apresentou, na assembleia da Organização Mundial da Saúde em Genebra, no final de maio, o Plano Nacional para Prevenção e Controle da Resistência aos antimicrobianos. Nos próximos dias começa o envolvimento dos atores para a operacionalização do planejamento estratégico nas áreas de saúde animal, humana e ambiental. A informação é da coordenadora nacional do programa Valéria Ferreira Homem, do Ministério da Agricultura durante o Encontro. Segundo ela, “é um primeiro degrau que depende do trabalho de muita gente, até mesmo na área vegetal”.

Dentro do tema do bem-estar, uma das palestrantes do evento, Charli Ludtke, afirmou que alterações na densidade de animais nas granjas e até a temperatura já fazem diferença em relação à conversão alimentar, por exemplo. O consultor do Mapa, Cleandro Pazinato, afirmou que existe um tripé de bem estar que está relacionado a alimentação, alojamento e sanidade – que refletem em um melhor comportamento dos animais e melhores resultados para o produtor. O pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Osmar Dalla Costa informou que a inclinação errada do embarcadouro, por exemplo, pode aumentar em nove vezes o risco de perdas nas perdas nas carcaças.

Na parte da tarde, o tema foi critérios mínimos de biosseguridade e uso prudente de antimicrobianos. O pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Nelson Mores, falou sobre biosseguridade interna e externa. Na interna, segundo ele, os aspectos fundamentais estão no vazio sanitário e desinfecção dos galpões. Já na biosseguridade externa, segundo ele, “é importante observar o cercamento da propriedade, a circulação de pessoas e, especialmente, evitar a mistura de animais de diferentes unidades”. Mores informou que de acordo com um levantamento realizado em 2016 em 126 granjas, mais de 48% não possuem cerca de isolamento. 

O encontro contou com mais de 500 produtores, uma pequena redução em relação ao número de inscritos devido às condições das estradas da região por causa da chuva. “Tivemos o desafio de abordar estes três importantes temas ao longo do dia e contamos com um público numeroso e atento, o que demonstra que os produtores de suínos desejam melhorar ainda mais a produção”, declarou Kerber. As próximas edições do Encontro Técnico estão sendo programadas.