CORREIO DO POVO | RURAL | PÁGINA 11
ABCCC, Simvet e CRMV sustentam que competições podem ser disputadas sem maus-tratos aos animais
Entidades de médicos veterinários e criadores estão mobilizados para defender a criação de legislação que permita e regulamente as provas campeiras com utilização de animais. A discussão ganhou fôlego há um mês, com uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu a vaquejada, prova tradicional no Nordeste, e com uma manifestação contrária à decisão, na última terça-feira, em Brasília. No Rio Grande do Sul, as decisões podem se refletir em competições como o Freio de Ouro e os tiros-de-laço, entre outras. Diversos projetos tramitam no Congresso Nacional estabelecendo regras e limites para as práticas.
O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), Eduardo Móglia Suñe, diz que a entidade participa da mobilização, em conjunto com outras, defendendo revisão da decisão do STF. “Participamos em Brasília do protesto realizado no dia 25 e estamos articulando com deputados e senadores para reverter a proibição e continuar realizando as nossas provas. É nosso interesse o bem-estar dos animais e a realização de eventos que atendam a esta preocupação”, afirmou.
No Estado, o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV/ RS) e o Sindicato dos Médicos Veterinários (Simvet/RS) se posicionam a favor da regulamentação das provas, incluindo a vaquejada. As duas entidades ressaltam a importância de padronizar as competições e exigir a presença de veterinário responsável em todas elas. “Esses eventos mobilizam investimentos e geram milhares de empregos”, diz Rodrigo Lorenzoni, presidente do CRMV/RS.