JORNAL DA MANHÃ | IJUÍ | PÁGINA 4
Inicia-se na próxima terça-feira a segunda etapa da campanha de combate à febre aftosa, para aplicação da dose reforço em animais jovens, com até 24 meses. Esta etapa da campanha, que vai até o dia 30 de novembro, tem como diferencial o fim das doses gratuitas repassadas pela Secretaria de Agricultura. Concedidas a pecuaristas com no máximo cem animais até 2015, e reduzidas para 10 bovinos neste ano, as doses gratuitas de vacinas contra febre aftosa não serão mais distribuídas no Rio Grande do Sul. A decisão já era esperada após a redução gradativa do benefício, e deverá ser permanente a partir de agora.
“Os produtores devem ficar de sobreaviso porque terão que comprar a vacina”, alerta o coordenador regional de Agricultura, Emílio Stumm. “Para isso, a Coordenadoria estimula a compra em conjunto para evitar perdas de vacina, muitas vezes, o produtor tem três ou quatro animais e precisa comprar um frasco com dez doses. Na mesma nota pode somar até 10 ou 50 doses, para facilitar ou economizar”.
Ele salienta que as doses remanescentes com vencimento em novembro serão aplicadas nos rebanhos nas áreas indígenas e quilombolas, únicos que receberão as doses gratuitas.
Stumm conta que não foi realizada reunião na Secretaria com os coordenadores para repassar a decisão, mas acredita que ela será permanente. “Pelos e-mails que estamos recebendo, no momento para a doação, explica-se pela condição financeira do Estado, vale para a próxima campanha também, é uma quantia alta que o Estado sempre facilita para os produtores”, salienta. Cada dose custa em média R$ 1,80. Além disso, para o coordenador, a decisão permitirá aos técnicos realizarem a atividade de fiscalização das aplicações a campo. “Terão mais liberdade de visitar o produtor, orientando, na parte sanitária é mais importante do que ficar atrás de um balcão entregando doses”.
Na área de abrangência da Coordenadoria Regional de Agricultura de Ijuí, composta por 29 municípios, 118 mil bovinos devem ser vacinados e o proprietário deve estar atento ao tempo de carência para emissão da Guia de Transporte Animal (GTA). “Como são animais jovens, há o período de carência que precisa ser observado pelo produtor. O animal que está recebendo a primeira dose nesta campanha é liberado após 14 dias para emissão da guia, e para o que já recebeu, são sete dias”, afirma.
Para o presidente da Comissão de Sanidade Agropecuária do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-RS), Ricardo Bohrer a medida atende às necessidades de redução de gastos por parte do Estado, mas pondera que a doação de doses para quem tem até dez animais é importante . “Dentro de um plano de erradicação da febre aftosa, uma política de doação de doses, especialmente para quem tem até 10 animais como foi em maio, pode ser importante, para garantir uma melhor cobertura. Entretanto, reconhecemos a situação econômica do Estado e esperamos que todos os produtores estejam conscientes da sua participação neste importante processo de manutenção da sanidade do rebanho gaúcho”, disse. “Doação acima de 10 doses não faz sentido, até porque, como tínhamos antes, com doses gratuitas para produtores com até 50 animais, era um gasto absurdo e desnecessário para o governo.”