ZERO HORA | CAMPO ABERTO | PÁGINA 25
Concedidas a pecuaristas com no máximo cem animais até 2015, e reduzidas para 10 bovinos neste ano, doses gratuitas de vacinas contra febre aftosa não serão mais distribuídas no Rio Grande do Sul. A decisão, que passa a valer na segunda etapa da campanha, de 1º a 30 de novembro, já era esperada após a redução gradativa do benefício.
– O governo terminou com o programa, que era excelente, quando restringiu a distribuição a produtores com até 10 animais. Agora não faz mais diferença, perdeu o sentido – lamenta Joel Carlos da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag).
Na primeira etapa da vacinação, em maio deste ano, foram distribuídas as 900 mil doses que tinham sobrado do ano anterior para produtores com até 10 animais – 38% dos pecuaristas gaúchos. Agora, o programa será sepultado de vez.
– Terminamos o estoque e não compramos mais. O custo de manter o programa original era de R$ 15 milhões, muito difícil de manter na realidade atual – justifica Ernani Polo, secretário estadual da Agricultura.
A redução começou ainda no ano passado, quando a distribuição gratuita deixou de abranger produtores com até 100 animais e ficou restrita a no máximo 30 exemplares por propriedade. Neste ano, com a restrição para 10 cabeças, o benefício perdeu de vez a relevância aos pecuaristas.
– É tão pouco que nem vale a pena brigar – diz Silva, referindo-se ao preço de cada vacina, cerca de R$ 2, que somariam no máximo R$ 20 por propriedade.
Além da escassez de recursos públicos, o governo alega que o processo demandava muito tempo dos fiscais agropecuários, os quais ficavam meses envolvidos com a distribuição das vacinas.
– Nosso quadro de técnicos é enxuto, precisamos de otimização – completa Polo, acrescentando que o Rio Grande do Sul era o único Estado brasileiro que ainda mantinha a distribuição gratuita da vacina.