JORNAL DO COMÉRCIO | AGRONEGÓCIOS | PÁGINA 14
Um estudo desenvolvido pelo Laboratório de Epidemiologia Veterinária da Universidade de Brasília (UnB) está concluindo que o risco da carne suína carrear o vírus da febre aftosa é desprezível. Hoje, a vacinação contra a doença impede o acesso do produto brasileiro a alguns mercados internacionais, como o Japão. “O setor de suínos está buscando argumentos para mostrar que a imunização do rebanho bovino não carrega nenhum risco sobre a carne suína”, explica o presidente do Fundesa, Rogério Kerber.
O Fundesa, em parceria com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e o Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado (Sips) está financiando a pesquisa. Um estudo semelhante já havia sido realizado em 2009, envolvendo Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Agora, alguns pontos estão sendo atualizados no estado gaúcho, explica o coordenador do projeto, Vitor Picão Gonçalves, da UnB. A ideia, segundo ele, “é avaliar – ao longo da cadeia de produção de suínos – onde estariam os riscos de introdução do vírus, caso estivesse circulando em bovinos e, com isso, também saber como fazer uma gestão para melhorar a biosseguridade”. Em palestra na programação do Avisulat 2016, o professor Gonçalves apresentou o resultado preliminar dos trabalhos, que será concluído até o final do ano.
Além de servir como argumento para tratativas com parceiros comerciais, o resultado do trabalho poderá embasar políticas de atuação em defesa sanitária, tanto por parte dos veterinários das indústrias integradoras, como do serviço oficial. “Vamos entregar este documento também ao Ministério da Agricultura para que contribua nas negociações com possíveis importadores da carne suína brasileira”, afirma Kerber.