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23/11/2016 – JC: ‘País deveria ser líder em exportações de proteína animal’

JORNAL DO COMÉRCIO | AGRONEGÓCIOS | PÁGINA 13

“É quase um crime o Brasil não ser líder em exportação de tudo o que diz respeito à proteína animal”, afirmou o ex-ministro da Agricultura e presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, na abertura do 5º Congresso e Feira Brasil Sul de Avicultura, Suinocultura e Laticínios ontem, na Fiergs. Sua fala girou em torno das expectativas e anseios da indústria brasileira frente aos desafios da economia nacional e internacional.

A produção da carne de frango de 2005 para 2015 teve uma queda de 4,5 pontos percentuais, passando de 18,63% para 14,13% da produção total do País. Turra atribuiu o decréscimo, considerada por ele como grave, à falta de organização. “Alemanha é o maior exportador de café e não tem um pé plantado, mas agrega valor”, argumentou. “Também importamos pescados e produtos lácteos por não nos organizarmos.”

Turra lembrou que o Brasil é favorecido climaticamente e pela sua extensão e preservação de território, já que 61% de sua área é de mata nativa, enquanto na Europa o percentual é de apenas 0,3%. “E ainda temos que ouvir pela Europa que o Brasil é destruidor”, alega.

Além das questões climáticas e ambientais, ele reforçou que a qualidade sanitária precisa se destacar como um diferencial na produção brasileira. “Hoje, temos gripe aviária por quase todo o mundo. O Brasil nunca teve”, disse ao enaltecer a necessidade de preservar a eficiência da fiscalização no País. Antes dele, diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OIE), Monique Eloit, lembrou que sem a cooperação entre governo e empresariado é inviável manter uma indústria forte. “Sabemos que esta parceria é indispensável.” Ela comentou que, mesmo que hajam dificuldades de entendimento, é preciso o diálogo.

Também participou da mesa o ministro do Tribunal de Contas da União, João Augusto Nardes, que ressaltou a importância da proteção das fronteiras no controle de pestes e espécimes cultivadas no País. O Tribunal criou, em cooperação com oito órgãos federais e demais países fronteiriços da América Latina, o Comitê Executivo do Programa de Proteção Integrada de Proteção Integrada de Fronteiras.

Para Nardes, o atual desafio econômico do País é recuperar a confiança dos investidores e auxiliar na racionalização dos gastos públicos.

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