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Duas equipes da Secretaria da Agricultura estão realizando vistorias em propriedades localizadas nos arredores da Lagoa do Peixe. O trabalho, que seria realizado em março foi antecipado, faz parte da atuação do Serviço Veterinário Oficial na prevenção contra a Influenza Aviária. O local é rota de aves migratórias e tem no entorno aproximadamente duzentas propriedades rurais. Os técnicos estão verificando se existem sinais de aves doentes e realizando coleta de amostras, que serão analisadas no Lanagro. “As aves migratórias, especialmente as aquáticas, convivem bem com o vírus, podendo ser fonte de infecção para as aves comerciais mesmo sem apresentar sinais da doença”, afirma a auditora fiscal federal agropecuária responsável pelo Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) na Superintendência Federal do Ministério da Agricultura no RS, Taís Oltramari Barnasque. Ela lembra que em 2015 o Brasil realizou inquérito soroepidemiológico em aproximadamente 3000 granjas comerciais e não houve detecção de circulação do vírus da Influenza Aviária no plantel avícola nacional.
A responsável pelo PNSA destaca que a SFA-RS realizou um levantamento sobre o fluxo de mercadorias entre o Rio Grande do Sul e o Chile, primeiro país da América do Sul a registrar a doença. “Importamos basicamente frutas e pescado e exportamos principalmente insumos para ração animal. Os caminhões que transportam estes produtos podem ser os mesmos que circulam pelas propriedades rurais lá. Verificamos inclusive trânsito de mercadorias diretamente de Valparaíso, onde foi registrado o foco chileno. A partir desta informação, o trabalho de vigilância de fronteira foi intensificado, inclusive com recomendação de que os caminhões sejam limpos e desinfetados no Chile antes do ingresso no Brasil”, alerta Taís.
O Rio Grande do Sul tem dez postos de vigilância agropecuária, sendo cinco com a Argentina e outros cinco com o Uruguai. As unidades técnicas do MAPA, as Coordenadorias Regionais da SEAPI, os principais postos de vigilância internacional e os SIFs de abate de aves do RS estão recebendo kits com material para coleta de amostras, folders e banners educativos voltados a viajantes e produtores, com informações sobre prevenção da Influenza Aviária. Para o aeroporto Salgado Filho além dos materiais educativos serão dispostos tapetes sanitizantes no desembarque internacional.
Além da prevenção, com medidas de educação sanitária e vigilância, os técnicos também se preparam para um eventual foco. E o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal tem contribuído com a aquisição de materiais como macacões com filtros especiais que são usados para o ingresso em áreas de foco. “São equipamentos importados e que garantem a segurança dos técnicos que tiverem que entrar em propriedades com suspeitas de foco”, afirma o presidente do Fundesa, Rogério Kerber. Até agora já foram aportados mais de R$ 320 mil para a aquisição de material necessário para a prevenção e combate à doença.