Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul concluíram
através de Acordo de Cooperação Técnica com Fundesa, Ministério e
Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, um estudo sobre diarreia
viral bovina (BVDV) em rebanhos leiteiros. A doença provoca problemas
reprodutivos e, em consequência, prejuízos econômicos diretos,
especialmente em pecuária leiteira. Segundo o professor Luís Gustavo
Corbellini, o BVDV tem uma presença bastante forte no estado, atingindo 24%
do rebanho, conforme resultados do estudo
Os principais sintomas são retorno de cio em função das perdas embrionárias
e aborto. “A forma mais grave é a diarreia aguda. Causa ainda queda no
sistema imunológico, deixando os animais suscetíveis a outras
enfermidades.” A diarreia viral bovina pode ser transmitida pelo contato
entre animais infectados ou através da placenta para o feto em vacas
prenhas. “Este indivíduo que é infectado durante a prenhez nasce o que
chamamos de persistentemente infectado, que é um grande problema para as
propriedades, pois excreta grandes quantidades de vírus”, explica
Corbellini.
Atualmente não existe uma política pública para o controle da doença e essa
é uma das principais recomendações do estudo. “Fica claro que precisamos
dar mais atenção a este tema”, diz o presidente do Fundesa, Rogério Kerber.
O chefe do Departamento de Saúde Animal do Mapa no RS, Bernardo Todeschini
afirma que os Estados Unidos já trabalham na erradicação desta doença. “Não
tem o mesmo impacto de outras enfermidades, mas é preciso estar atento ao
que os mercados dizem sobre ela”, conclui.
Acordo de cooperação técnica
O resultado da pesquisa foi anunciado na manhã desta sexta-feira (30), no
Fundesa, durante apresentação dos resultados do Acordo de Cooperação
Técnica (ACT) entre Ufrgs, Fundesa, Secretaria e Ministério da Agricultura.