ZERO HORA | CAMPO ABERTO | PÁGINA 19
A previsão da vinda de 500 mil estrangeiros ao Brasil durante a Olimpíada fará o setor de aves e suínos reforçar os cuidados sanitários no período a exemplo do que ocorreu na Copa do Mundo de 2014. A ocorrência de focos de influenza aviária, principalmente em países asiáticos e africanos, fortalece o alerta para que indústrias brasileiras e criadores de animais fiquem atentos para afastar todos os riscos de contaminação.
Em audiência ontem com o presidente interino Michel Temer, em Brasília, representantes do setor pediram reforço na vigilância em portos e aeroportos para impedir a entrada de alimentos ou produtos suspeitos.
– Sabemos que muitos países têm problemas sanitários. No meio privado, iremos tomar as medidas necessárias para nos proteger, mas precisamos que o mesmo seja feito na fiscalização pública – disse Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Entre as recomedações feitas a indústrias e criadores de aves e suínos, está a proibição de visitas de estrangeiros procedentes de países com focos recentes de influenza aviária às instalações de produção. A entidade orienta que seja feita a máxima restrição possível à circulação de pessoas não ligadas às empresas.
– Sabemos que muitos empresários podem unir o útil ao agradável, vindo assistir aos jogos e também tentar prospectar negócios – destaca Turra.
O risco de contaminação, quando há trânsito de pessoas de diferentes origens, é de que elas sejam vetores da proliferação do vírus transmitido a animais.
– A pessoa pode trazer o vírus na roupa, no calçado. Qualquer descuido é o suficiente para representar risco – alerta Rogério Kerber, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtores de Suínos (Sips).
O mesmo alerta vale para criadores brasileiros que irão circular por locais com muita aglomeração de estrangeiros durante os jogos. A recomendação é que não sejam usadas as mesmas roupas ou calçados no retorno a unidades de aves e suínos.