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20/08/2016 – CP: Sistema inova análise do momento do abate

CORREIO DO POVO | RURAL | PÁGINA 10

Preocupado em reduzir o sofrimento de aves e bovinos no momento do abate, o veterinário Leonardo Vega desenvolveu um sistema que visa aumentar o bemestar a partir da observação dos sinais cerebrais do animal. A ideia consiste em avaliar os sinais após a insensibilização, etapa que antecede a morte, para saber se o sistema está apto a induzir o animal a uma inconsciência profunda, capaz de evitar dores.

O sistema foi possibilitado pelo desenvolvimento de um equipamento portátil e sem fio de eletroencefalogia digital, elaborado por um grupo multidisciplinar criado na Universidade de São Paulo (USP). Ex-funcionário de uma empresa do setor, Vega observou que a forma de avaliação do bem-estar animal no momento do abate era feita com base em uma metodologia “subjetiva”, especialmente no que se refere ao atordoamento, sistema que serve para tirar a consciência e a sensibilidade. “Quando avaliamos os sinais cerebrais, conseguimos corrigir os padrões elétricos de insensibilização para um ponto de equilíbrio entre a correta inconsciência e a qualidade das carnes”, afirma Vega, gaúcho radicado em Dublin, na Irlanda, e graduado pela Ulbra, em Canoas.

O abate correto evita que os animais se machuquem, reduzindo os níveis de hematoma nas carnes. “A maioria dos frigoríficos de aves e de suínos no Brasil usa sistemas elétricos de insensibilização (etapa que visa produzir inconsciência antes do abate). Este sistema geralmente produz diversos defeitos de qualidade, como pontos vermelhos nas carnes”, afirma.

Embora tenha sido testado principalmente em aves, o artigo que validou a metodologia é sobre o uso do sistema em bovinos. “Isso mostra que ele pode ser aplicado para qualquer espécie”, explica Vega. O trabalho tem sido divulgado na Europa, em diálogo com entidades que representam os frigoríficos.

Para Vega, não se trata de atender a um nicho de mercado, mas sim de preencher uma lacuna no setor. “O cenário que se vê na Europa e países de Primeiro Mundo é que os consumidores estão muito atentos ao impacto das suas compras”, analisa.

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