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Conforme o professor da Faculdade de Veterinária da Ufrgs, Gustavo Corbellini, o percentual de 24% de prevalência poderia ser minimizado com a utilização de medidas de biossegurança
A ocorrência de algumas enfermidades nos rebanhos gaúchos foi um dos resultados apresentados na prestação de contas do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Ministério e Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, realizada nesta quarta-feira (14) na Seapi. O número relativo a eventos sanitários como a Diarreia Viral Bovina (DVBV) foi um deles. Conforme o professor da Faculdade de Veterinária da Ufrgs, Gustavo Corbellini, o percentual de 24% de prevalência poderia ser minimizado com a utilização de medidas de biossegurança.
Os principais sintomas da Diarreia Viral Bovina são retorno de cio em função das perdas embrionárias e aborto. “A doença causa ainda queda no sistema imunológico, deixando os animais suscetíveis a outras enfermidades.” A diarreia viral bovina pode ser transmitida pelo contato entre animais infectados ou através da placenta para o feto em vacas prenhas. Conforme o professor, alguns procedimentos verificados nas propriedades, como o trânsito de inseminadores sem a correta higienização entre uma propriedade e outra, pode ser um causador deste índice, considerado alto pelos veterinários do serviço oficial.
A representante do Conselho Técnico Operacional de Pecuária Leiteira do Fundesa, Ana Cláudia Groff, disse que “ainda não existe na produção leiteira a mesma preocupação com biossegurança observada em outras cadeias, como a de suínos e aves”. A ideia, a partir dos dados apurados nas pesquisas realizadas através do ACT, é trabalhar com educação sanitária e transferência das informações junto aos produtores. O presidente do Fundesa, Rogério Kerber, disse que “procedimentos simples, como o treinamento de técnicos que atendem as propriedades e dos próprios produtores, podem contribuir para melhorar os indicadores. É preciso mudar a postura e atenção ao acesso às propriedades ”.
O Acordo de Cooperação Técnica teve duração de quatro anos e encerrou em abril deste ano. Desde o início das atividades, o Fundesa investiu em torno de R$ 500 mil em três grandes eixos de atuação: pesquisa aplicada à defesa sanitária, assessorias (para resolução de problemas pontuais na área da defesa) e capacitação de médicos veterinários do serviço oficial, com mais de 200 profissionais treinados. O ACT também proporcionou a participação dos pesquisadores em eventos técnicos e apresentação dos trabalhos inclusive em congressos internacionais. O Conselho Deliberativo do Fundesa vai avaliar os resultados e decidir se haverá a renovação do ACT.