CORREIO DO POVO | RURAL | PÁGINA 14
Entre as orientações para os desfiles de 20 desetembro estão a correta hidratação e alimentação de equinos
Pouco mais de um ano depois da divulgação dos primeiros resultados positivos para a doença de mormo no Rio Grande do Sul, os proprietários de equinos que participarão de cavalgadas e desfiles alusivos ao aniversário da Revolução Farroupilha, nesta terça-feira, poderão festejar com menos preocupação. O vice presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV/ RS), José Arthur Martins, afirma que o trabalho desenvolvido pelos órgãos oficiais, no sentido de esclarecer os riscos e os manejos adequados para evitar a doença, deixam as comemorações de 20 de setembro bem mais tranquilas neste ano. “Em 2015, nesta época, fazia apenas quatro meses do primeiro diagnóstico da doença no Estado. Vivíamos um fenômeno em torno da doença que acabou cancelando vários desfiles por precaução”, explicou.
Martins lembra que o próprio conselho proporcionou a veterinários e criadores uma série de seminários para qualificar as informações sobre o mormo. “Neste ano, não temos notícia de desfiles cancelados por este motivo. Se há um conselho a ser dado aos proprietários de cavalos é que foquem no bem-estar animal, que deve estar alimentado e hidratado para participar da festa”, destacou.
O delegado do Sindicato dos Médicos Veterinários do Estado do Rio Grande do Sul (Simvet/ RS), João Júnior, salienta a importância em manter certos cuidados nos atos da Semana Farroupilha que envolvam equinos, entre eles o de não alimentar e nem dar água aos animais em cochos coletivos. João destaca que para participar de eventos equestres é preciso ter a Guia de Transporte Animal (GTA), que exige os exames de mormo e de anemia infecciosa, além da vacina da influenza.
No Rio Grande do Sul, em 12 meses, do total de 180 mil exames realizados, 62 deram resultado positivo para mormo. Causado por bactéria, a doença infecciosa atinge principalmente os equídeos, mas como é uma zoonose, pode ser transmitida para seres humanos. Alguns sinais clínicos são febre, tosse, corrimento nasal, lesão cutânea e prostração. Na fase final da doença, a broncopneumonia pode levar o animal à morte. Não existe tratamento ou vacina específica.