O Conselho Técnico Operacional da Suinocultura do Fundesa discutiu esta semana o texto de duas instruções normativas para regulamentar as atividades relacionadas ao controle do javali no Rio Grande do Sul. Uma trata sobre a coleta de soro de suídeos asselvajados para comprovar a zona livre de peste suína clássica e a outra para regulamentar o transporte das carcaças de javalis abatidos no RS para controle populacional. Após as deliberações do grupo, o texto recebeu sugestões e alterações e irá para avaliação do setor jurídico da Secretaria da Agricultura.
A presença do animal asselvajado nas propriedades rurais em diversas regiões do estado vem causando prejuízos de grande impacto. Além disso, os animais representam risco sanitário, uma vez que podem ser disseminadores de enfermidades que prejudicam o setor produtivo e até mesmo de zoonoses.
Conforme a coordenadora do Programa Nacional de Suídeos no Rio Grande do Sul, Juliane Webster, o javali está entre as cem piores espécies invasoras do mundo, alterando o ambiente como um todo, “desde a predação de animais de menor porte, até a devastação de lavouras e transmissão de doenças.”
AS INs não têm o objetivo de tratar sobre a caça do javali, uma vez que uma portaria da Secretaria do Meio Ambiente já versa sobre o assunto. O texto da portaria 79/2013 reconhece a espécie como exótica invasora e estabelece normas de controle. Entretanto, uma queixa dos agentes de manejo é que o transporte da carcaça é proibido e isso desestimula a atuação. Por isso, um dos textos irá permitir o transporte de carcaças, mediante autorização obtida juntos às Inspetorias de Defesa Agropecuária e concedidas apenas a quem já tem licença do Ibama e do Exército (no caso de uso de armas de fogo).
A segunda Instrução normativa trata sobre a distribuição de kits de coleta de amostras de sangue dos animais abatidos para exames de Peste Suína Clássica. O Rio Grande do Sul é área livre da doença, tendo sido realizado inquérito em granjas comerciais e criatórios de subsistência. Entretanto, conforme Juliane, “avaliar a presença da doença em animais asselvajados também é importante e uma boa garantia aos organismos internacionais de sanidade animal”.
Novo presidente
Durante a reunião do Conselho Técnico Operacional de Suinocultura do Fundesa foi eleito o novo presidente. O médico veterinário Luiz Gustavo Goulart do Nascimento, da Cosuel, representa o Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos e passará a comandar o CTOS até o final de 2018. Nascimento assume o posto no lugar do auditor fiscal federal agropecuário Edison Eckert Fauth. Como suplente do Conselho, fica a veterinária da Secretaria da Agricultura, e coordenadora do Programa Nacional de Sanidade Suídea no RS, Juliane Webster.