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18/11/2015 – Folha do Sul: CRMV-RS manifesta-se sobre ações de controle do mormo

JORNAL FOLHA DO SUL | BAGÉ

A incidência da doença de mormo no Rio Grande do Sul, bem como a discussão sobre uma alternativa ao exame de maleína, tendo o teste de western blotting indicado por alguns profissionais da área veterinária, professores e representantes de entidades de raças equinas repercutem nos últimos dias.

Ontem, em contato com o FOLHA do SUL, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do RS salienta que vem trabalhando desde o mês de outubro em uma série de eventos para esclarecer os profissionais sobre as ocorrências da zoonose. A entidade destaca que o Estado, até então oficialmente, vem registrando diversas suspeitas e casos confirmados. Por isso, entre as missões da entidade está a orientação sobre como proceder em suspeitas e confirmação da doença.

Com três eventos já realizados, quase 200 médicos veterinários receberam a capacitação para contribuir com o controle da doença, informa o presidente do conselho, Rodrigo Lorenzoni. O dirigente afirma que, junto com os alertas para a prevenção à zoonose – ações que devem ser tomadas por todos – médicos veterinários, produtores e o serviço oficial  – surge uma intolerância. “Muitos envolvidos na equinocultura ainda não enxergam a dimensão do problema e não aceitam as medidas recomendadas. Encaram o tema com paixão e buscam alternativas, inclusive judiciais, ao que dizem as normas de segurança sanitária. A ocorrência de mormo é um assunto técnico e somente dessa forma deve ser tratado, para garantir a saúde pública”, declara Lorenzoni.

Para o presidente do CRMV-RS, a eutanásia, ou sacrifício, é a medida indicada para animais infectados com a doença. “Não é uma escolha do profissional. É uma determinação internacional, adotada em todos os países que fazem parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O mormo é uma doença registrada em quase todos os estados brasileiros. Aqui no Estado são poucos os casos, em comparação com o plantel equino de mais de meio milhão de animais. Até chegar à recomendação de eutanásia, são necessários pelo menos três diagnósticos positivos. Muitas vezes, a doença não manifesta sintomas clínicos, não ‘aparece’ no animal, podendo ser diagnosticada apenas através de exame de sangue”, argumenta.

Lorenzoni ressalta que é necessário aos criadores e produtores rurais entenderem o trabalho dos profissionais da Medicina Veterinária para que se tenha a consciência coletiva de que, se um único animal infectado for mantido em contato com outros, sadios, uma epidemia poderá se configurar e muitos outros sacrifícios serão necessários. “O cavalo é um animal que faz parte da cultura do gaúcho. Além do trabalho na propriedade ou a participação em esportes equestres, também tem o status de parceiro, amigo, companheiro do homem que tem alguma conexão com o campo. Por isso, preservar a saúde dessa espécie é uma tarefa de todos”, conclui.

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