JORNAL CORREIO DO POVO | RURAL | PÁGINA 12
A greve dos fiscais agropecuários do Estado, iniciada ontem, traz preocupação para os frigoríficos, principalmente nas próximas duas semanas. De acordo com o presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária (Fundesa), Rogério Kerber, a mobilização vai atingir aqueles estabelecimentos menores que necessitam da Guia de Trânsito Animal (GTA) e da presença de veterinário para o abate. “Os frigoríficos que terão suas atividades afetadas vão adotar providências judiciais. É muito complicado nesta época, com as festas de final de ano, comprometer essa atividade que está diretamente ligada ao consumo da população”, afirma.
No primeiro dia de mobilização, as entidades que representam a categoria contabilizaram a adesão de dezenas de Inspetorias de Defesa Agropecuária. Na Operação Verão, que se inicia hoje, as paralisações vão ocorrer em meio turno. Segundo a presidente da Associação dos Fiscais Agropecuários do Estado (Afagro/ RS), Ângela Antunes, a greve foi inevitável. “Estamos com salários parcelados há mais de um ano e o pacote de medidas do governo Sartori atingiu diretamente o servidor”, ressaltou.
Ontem, em conjunto com o Sindicato dos Técnicos Científicos do Estado (Sintergs), a Afagro fez um protesto em frente à Secretaria de Agricultura, distribuindo bananas para a população. “É uma analogia ao tratamento que o governador está dando ao funcionalismo”, explicou o 1º vice-presidente do sindicato, Guilherme Toniolo. A greve dos fiscais agropecuários se estenderá até o dia 31 deste mês, ou enquanto durar a votação do pacote do governo na Assembleia Legislativa. O secretário da Agricultura, Ernani Polo, disse reconhecer o direito dos servidores, mas afirmou que a greve agrava mais a situação financeira do estado.