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Animais têm prejudicado a produção de grãos no estado. Medida estaria de acordo com normativa do Ibama
A captura coletiva de javalis foi apresentada como alternativa para deter o ataque desses animais em áreas produtoras de grãos em Mato Grosso do Sul. A proposta foi apresentada em reunião da comissão de representantes dos sindicatos rurais, políticos e da iniciativa privada na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul), na última semana.
Durante o encontro, foi apresentada uma alternativa de captura coletiva do animal, de acordo com a previsão legal. Para comprovar a eficiência do método apresentado, os representantes que participaram da reunião discutiram a possibilidade de que fosse realizado um projeto piloto em região ainda a ser definida.
O médico veterinário do Sistema Famasul, Horácio Tinoco, destaca que a armadilha coletiva apresentada na reunião está de acordo com o que prevê a legislação brasileira. “O método de captura atende à normativa do Ibama Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, IN 03/2013, que autoriza o controle populacional dos javalis vivendo em liberdade em todo o território nacional”.
Para a presidente do sindicato rural de Ivinhema e Novo Horizonte do Sul, Edy Elaine Tarrafel, a proposta pode surgir efeito desde que a parte prática seja realizada. “Aqui, no meu município, os casos são menos constantes e ocorrem de forma isolada, ainda assim é um tema que nos preocupa”.
Tarrafel destaca que tem instruído os produtores rurais da região a agir dentro das normas legais. “O produtor rural necessita fazer o manejo correto de destino da carcaça e informar a quantidade abatida ao Ibama”.
Rio Grande do Sul
O Conselho Técnico Operacional de Suinocultura do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Rio Grande do Sul definiu como uma de suas prioridades agilizar a publicação da portaria que prevê a proibição da criação de javalis ou os chamados suínos asselvajados no estado.
“Atualmente, a disseminação desta espécie em várias regiões do estado provoca sérios riscos sanitários”, afirma o presidente do Fundesa, Rogério Kerber. O documento está com redação pronta, faltando a assinatura conjunta das Secretarias da Agricultura e do Meio Ambiente. O documento irá determinar um prazo de seis meses para abate sanitário dos animais, garantindo que eles não sejam apenas liberados na natureza, o que já proporcionou a reprodução volumosa dos exemplares.
A fuga e reprodução de javalis vem causando prejuízos também em diversas propriedades rurais. Conforme relatos do representante da Farsul, Luiz Alberto Pitta Pinheiro, em algumas regiões os animais matam e consomem ovelhas, capivaras e até filhotes de equinos, “sem contar os danos nas lavouras”, explica.
Entretanto, alerta o presidente do Fundesa, além dos danos econômicos, o maior cuidado deve ser com as doenças que os javalis podem transmitir. O presidente do Conselho Técnico, Édison Eckert Fauth, apresentou a proposta de realização de um treinamento para caçadores de javalis, de forma que ao abater um animal, possam realizar a coleta de amostras para identificação de possíveis enfermidades.