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Existeuma necessidadelatente de integração entre os elos que compõem a cadeia produtiva da carne bovina
A baixa capacidade de articulação do pecuarista com os demais elos da cadeia produtiva é uma realidade. Infelizmente essa baixa integração também ocorre “dentro da porteira”, onde os produtores têm dificuldade de trocar experiências entre si, aprender com os semelhantes, enfim, trabalhar em cooperação. Os CITEs (Clubes de Integração e Troca de Experiências), commais de 40 anos de atuação no RS, buscam sanar em parte esta problemática. Infelizmente o número de grupos ativos tem diminuído nos últimos anos.
Na Argentina e Uruguai, países vizinhos e com muitas semelhanças com o RS em pecuária, existem os CREAs (Consórcios Regionais de Experimentação Agrícola), que merecem a nossa admiração por estimularem a capacitação, a pesquisa e a transferência de tecnologia. Atualmente existem na Argentina mais de 200 grupos CREA efetivos, e no Uruguai cerca de 40.
A atividade central de um grupo CREA é a reunião mensal, que ocorre sempre em uma propriedade rural diferente. A reunião possui uma dinâmica específica, originada a partir das necessidades de cada integrante, onde são discutidos os pontos críticos do sistema produtivo. Para viabilizar seus objetivos, cada grupo contrata um assessor CREA, que realiza as tarefas de coordenação das atividades do grupo, além de prestar assessoria técnica.
Na Fronteira Oeste do RS, uma ação semelhante tem ocorrido a partir da criação do GTPA (Grupo de Trabalho Pecuária do Amanhã), com a coordenação técnica do CTPEC (Centro de Tecnologia em Pecuária), inserido no campus da Unipampa em Uruguaiana. Além dos objetivos já elencados e relacionados, como a troca de experiências e aprendizado mútuo, está sendo criado um benchmarking regional na bovinocultura de corte, com indicadores zootécnicos e financeiros, devidamente padronizados, das 11 propriedades rurais participantes.
Por definição, um benchmark é um conjunto de valores de referência para determinadas medidas, ou seja, indicadores de desempenho sobre uma base comum de comparação. Através desta análise, é possível identificar áreas que necessitam melhorias, definir novos objetivos, redesenhar o planejamento, conhecer o resultado de outras propriedades rurais, isto é, comparar o desempenho de sua propriedade com os melhores do ramo ou valores consensuais no setor.
Por fim existe uma necessidade latente de integração dentre ou entre os elos que compõem a cadeia produtiva da carne bovina, e para que este objetivo seja alcançado, é preciso transparência, diálogo, articulação, lideranças positivas e visão empreendedora. É necessário, acima de tudo, sair da “zona de conforto”, pois somente os produtores rurais eficientes permanecerão no setor.
Ricardo Pedroso Oaigen – Professor da Unipampa, Campus de Uruguaiana
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