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A percepção de um produtor de leite sobre a dor que os animais sentem pode fazer a diferença nos resultados da propriedade. “Existe um preconceito sobre os cuidados com este quesito, mas os médicos veterinários têm um papel fundamental para atuar neste campo e melhorar os indicadores em todos os níveis”, afirma o presidente do CRMV-RS, José Arthur Martins.
E as lesões de casco na pecuária leiteira estão entre os principais itens que devem ser observados do ponto de vista de bem estar animal. Estes problemas provocam perdas de mais de duzentos dólares em cada episódio. A estimativa é de que no Brasil a claudicação (manqueira) atinja pelo menos 20% do rebanho leiteiro em algum momento da vida.
“A dor que o animal sente por problemas nos casos provoca redução dos índices reprodutivos, queda na qualidade do leite, diminui a imunidade do animal e até prejudica o desempenho do feto depois do nascimento e ao longo de toda a vida”, afirma o Coordenador do Centro de Estudos Comparativos em Saúde, Sustentabilidade e Bem-Estar da USP, Adroaldo Zanella. Ele palestrou na manhã desta quinta-feira no 18º Congresso Estadual de Veterinária e 1º Encontro de Buiatria do Cone Sul, promovidos pela Sociedade de Veterinária do RS com o apoio do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul.
Zanella diz ainda que é preciso que as entidades de pesquisa levem os resultados dos trabalhos para a comunidade – seja de produtores ou de consumidores. “A questão do bem-estar oferece a oportunidade de aproximar a ciência da comunidade e a academia têm o dever de mostrar que seus trabalhos resultam em melhor qualidade para todos”, afirma.
Novas tecnologias podem revolucionar diagnóstico de doenças
Um equipamento que parece ter saído de filmes de ficção. A nova tecnologia, trazida ao Congresso de Veterinária por pesquisadores egípcios tem potencial para revolucionar o sistema de diagnósticos de doenças em animais e plantas. Um leitor de ondas eletromagnéticas, carregado com informações de uma determinada enfermidade é apontado para o animal e diz, em seis segundos, se o exemplar é portador daquela doença.
“Cada elemento vivo – seja planta, animal, bactéria ou vírus – emite uma frequência de onda específica, que pode ser detectada pelo aparelho”, explica o palestrante Ahmed Amien. A tecnologia já foi testada no Brasil, por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais em um projeto-piloto. Conforme o presidente do CRMV-MG, Nivaldo Silva, a entrada da tecnologia no país está em estudos.
O evento termina amanhã (14) em Canela, na Serra Gaúcha.