O INFORMATIVO DO VALE | VALE – REGIÃO | PÁGINA 16
Mobilização ocorreu após a troca do superintendente Federal da Agricultura do Rio Grande do Sul
A partir desta segunda-feira (15), os nove fiscais agropecuários federais da região começam a paralisar atividades de controle de qualidade dentro dos frigoríficos. A medida foi tomada depois da exoneração de Roberto Schroeder, superintendente Federal da Agricultura do Rio Grande do Sul (SFA/RS). Para o Sindicato que representa a categoria, a troca tem objetivo político e pode prejudicar o trabalho dos fiscais.
Segundo o fiscal federal Ricardo Alviggi Cimirro, representante do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (DS-RS Anffa Sindical) no Vale, os profissionais ficaram insatisfeitos com a medida adotada pelo governo do Estado. “O nosso superintendente era especialista, com formação técnica na área. Agora, sabemos que o novo chefe tem vinculação política, por isso somos contrários a essa decisão.”
A substituição foi publicada no Diário Oficial do Estado de quinta-feira (11), quando o médico veterinário Roberto Schroeder foi substituído por Luciano Maronezi. Schroeder assumiu o cargo de forma interina, em junho do ano passado, quando o superintendente Francisco Signor foi afastado do cargo, acusado de desviar R$ 20 milhões dos cofres da Superintendência.
O médico veterinário exonerado havia sido indicado pela própria ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Já o novo superintendente é filiado ao PTB, foi secretário de Meio Ambiente, Minas e Energia da prefeitura de Nova Alvorada e concorreu às eleições como vice-prefeito daquele município.
Repercussão no Vale
Com a indicação do sindicato, os fiscais agropecuários que atuam no Vale do Taquari podem cruzar os braços a partir de segunda-feira. De acordo com Cimirro, várias empresas que exportam podem ser prejudicadas pela medida. Isso porque quem vende no exterior produtos de origem animal precisa dispor de um fiscal em tempo integral dentro da fábrica. “Dentro disso estão envolvidos também a produção de rações e a defesa de animais. O trabalho dos fiscais engloba toda a cadeia produtiva e impacta em várias frentes de fiscalização.”
Na região, segundo o Sindicato, são abatidas 800 mil aves, sete mil suínos e processados quatro milhões de litros de leite por dia. A atuação dos fiscais da região abrange 62 municípios e atende a cinco empresas exportadoras – todas localizadas no Vale do Taquari. Como o serviço de fiscalização é considerado essencial, com a paralização 30% do efetivo deverá se manter no trabalho. “Isso é muito pouco, considerando que somos apenas nove fiscais. Com certeza haverá impacto na produção industrial”, alerta Cimirro.