Atividades foram suspensas nesta sexta-feira em protesto contra nomeação política para Superintendência
O novo superintendente federal da Agricultura no RS foi recebido com apitaço por fiscais federais agropecuários na manhã desta sexta-feira (12). O nome de Luciano Maronezi foi publicado no Diário Oficial da União de quinta (11) e recebido com revolta pelos servidores. “Trata-se de uma pessoa sem experiência alguma na gestão de um órgão tão complexo, que trata de temas relevantes de economia e saúde pública, como é uma superintendência do Mapa”, afirma a Delegada Sindical Consuelo Paixão Côrtes, da DS-RS Anffa Sindical.
Hoje as atividades de fiscalização agropecuária ficaram paralisadas em todo o estado. A estimativa é de 90% de adesão. Na sede do Mapa em Porto Alegre, no aeroporto os fiscais cruzaram os braços em protesto. No Porto de Rio Grande houve suspensão da emissão de certificados sanitários – sem os quais os produtos não podem ser exportados e também paralisação das atividades em Unidades Técnicas Regionais Agropecuárias e frigoríficos.
Consuelo e o diretor de comunicação da Delegacia Sindical, Marcelo Mazzini, foram recebidos por pelo novo superintendente e questionaram sobre a falta de experiência e trânsito no setor do agronegócio gaúcho ou mesmo no Ministério da Agricultura em Brasília. “Várias entidades nos relataram que não o conhecem e que estão preocupadas com a situação da superintendência gaúcha, pois para conseguir recursos ou avanços junto ao Ministério é preciso ter boas relações com o gabinete da ministra”, afirma Mazzini.
A mobilização continuará na segunda-feira com concentração em frente à sede do Mapa em Porto Alegre às 8h30. A diretoria da DS-RS está realizando também trabalho parlamentar e contatos com entidades do agronegócio e de outras categorias de servidores do Mapa “para forçar a reversão desta nomeação arbitrária e interesseira”. Na conversa com o político, a diretoria da Delegacia deixou claro que fiscalizará todos os seus atos a partir do momento da nomeação através de ferramentas de controle social como o Portal da Transparência. “Já enviamos para a ministra Kátia Abreu um ofício com as motivações de nosso descontentamento. Inclusive o nome da empresa de Luciano Maronezi que atua na captação de recursos federais”, revela Consuelo.