JORNAL CORREIO DO POVO | RURAL | PÁGINA 11
A estimativa de alta na produção de milho do Centro-Oeste do país trouxe otimismo aos setores de aves e suínos, que em 2016 sofreram com a escassez e a disparada nos preços do cereal, principal componente da ração animal. Se no ano passado a saca chegou a custar mais de R$ 50, ocasionando aumento de custos para o setor de proteína animal, para este ano a expectativa é que o preço fique ao redor dos R$ 35.
Conforme a Conab, o Brasil deve colher, na primeira safra, 28,4 milhões de toneladas, volume 9,9% superior ao ciclo 2015/2016. A produção total deve alcançar 84,4 milhões de toneladas, um crescimento de 6,1%. Os levantamentos apontam que os problemas climáticos que ocasionaram quebra de safra no Centro-Oeste não deverão se repetir este ano. Além disso, o bom desempenho das lavouras nos Estados Unidos e na Argentina devem contribuir para estabilizar o preço do grão.
“O cenário para 2017 é bem mais estável”, resume o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra. O aumento nas exportações, conforme o dirigente, também não deverá se repetir este ano, tendo em vista o grande volume de milho disponível no mundo. Na avaliação dele, o preço limite para o setor de aves e suínos seria de R$ 35.
“O cenário indica que a questão custo de produção vai voltar para dentro da curva”, afirma o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips), Rogério Kerber. Em 2016, a escassez de milho levou a uma disparada nas importações. No RS, o volume chegou a 432 mil toneladas, mais do que todo o milho importado pelo Brasil em 2015, que chegou a 369 mil toneladas. No entanto, segundo Kerber, a compra de milho de outros estados, como Mato Grosso e Paraná, deve permanecer, tendo em vista que no Rio Grande do Sul a previsão é de queda de 12% na produção.