ANUÁRIO ASGAV | OPINIÃO | PÁGINA 25
Olhar para 2016 do ponto de vista da sanidade animal exige que façamos uma retrospectiva. O ano de 2015 foi de muitas vitórias, a mais visível foi uma certificação importante junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Em maio, o Fundesa acompanhou, em Paris, na reunião internacional da entidade, a entrega do Certificado de Área Livre de Peste Suína Clássica. Trata-se do resultado de muitos anos de esforços conjuntos entre o setor de produção e o serviço oficial. Motivados pela certificação, pudemos olhar à frente e retomar discussões sobre o avanço de status sanitário.
Com os debates sobre este tema, vimos que muitas metas já foram alcançadas mas que também há trabalho pela frente. De diversos itens elencados há alguns anos como imprescindíveis para a retirada da vacinação contra a febre aftosa, por exemplo, já cumprimos muitos, como a construção e revitalização dos Postos Fixos de Divisa e a informatização das Inspetorias de Defesa Agropecuária.
Entretanto, há desafios que precisam ser superados. O Fundesa alcançou em 2015 um saldo superior a R$ 53 milhões com pelo menos R$ 10 milhões aplicados ao longo do exercício. Entretanto, em sanidade animal não podemos descansar – é preciso olhar para a frente e superar novos obstáculos. Entre eles, sem dúvida, precisamos melhorar a participação dos produtores, conscientizá-los da importância do seu papel quando o assunto é a saúde do plantel. Em aves e suínos vemos a participação da indústria, capacitando, orientando e exigindo o cumprimento de processos e procedimentos com a presença constante de técnicos e veterinários. Temos que levar esta visão de responsabilidade para outras cadeias, trabalhando também com biosseguridade, sustentabilidade e controle do material genético que entra nas propriedades.
Para 2016, vemos como fundamental a continuidade dos debates sobre o aprimoramento da defesa sanitária no Rio Grande do Sul. O estado está entre os grandes produtores em diferentes segmentos e precisa ter respostas para as questões de saúde pública, as exigências dos mercados internacionais e os anseios do consumidor do mercado interno.
Pelo cenário interno as exportações serão muito importantes em 2016. Com o dólar fortalecido e o mercado interno desaquecido a produção de proteína animal deverá buscar no mercado internacional o equilíbrio. Neste sentido, o Fundesa segue provocando debates, investindo recursos e propondo soluções para que os acessos aos mercados sejam ampliados. Cresce a necessidade de produtores, agroindústrias e governo atuarem juntos, com objetivos comuns, vislumbrando questões técnicas e de sustentabilidade para que possamos seguir em busca de novas fronteiras consumidoras.
*Rogério Kerber , Presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal