ZERO HORA | CAMPO ABERTO | PÁGINA 17
Com a autorização do credenciamento de laboratórios estrangeiros para fazer a análise de qualidade do trigo importado, o Brasil deverá agilizar o processo de entrada do produto no país. Hoje, o único autorizado no país a atestar a classe do cereal produzido em outros países é o laboratório da Universidade de Passo Fundo (UPF). Dependendo do porto de entrada do produto no país, a espera pelo resultado pode passar de 30 dias.
– Os parâmetros de qualidade são internacionalmente reconhecidos. A medida irá agilizar os processos, especialmente nos períodos de maior demanda de importação – explica Helena Pan Rugeri, fiscal agropecuária do Ministério da Agricultura.
O Brasil importa cerca de 5,5 milhões de toneladas de trigo por ano, quase 50% do volume beneficiado pelas indústrias do país. A espera de navios nos portos para descarregar representa custos de US$ 10 mil por dia. Os primeiros países que deverão se habilitar à análise de classe são a Argentina, o Canadá e os Estados Unidos, tradicionais fornecedores de trigo ao Brasil.
Os laboratórios a serem credenciados, explica Helena, farão apenas a análise da qualidade do trigo, e não de quantidade de químicos ou toxinas, por exemplo. Embora em uma análise técnica seja possível identificar eventuais problemas no produto, esclarece. Esse controle continuará sendo feito por amostragem dentro do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes.
– O receio é de problemas fitossanitários que o trigo importado possa trazer. Quanto mais segurança tivermos, melhor – considera Hamilton Jardim, presidente da Comissão de Trigo da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).