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Quinze empresas voltadas à produção de aves e suínos do Rio Grande do Sul aguardam para importar 500 mil toneladas de milho da Argentina. A escassez do cereal no mercado interno, provocada pelo aumento das exportações, aumenta a procura pelo cereal importado. A expectativa é que as compras totais na Argentina e no Paraguai somem neste ano cerca de um milhão de toneladas de milho, contra 700 mil toneladas no ano passado.
Além da importação – que depende da isenção de PIS/Cofins que vem sendo negociada pela ministra Kátia Abreu – o setor também está na expectativa da entrada da safra de milho do Centro-Oeste no mercado.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, a colheita da segunda safra da região é muito robusta, de cerca de 57 milhões de toneladas. O clima também colabora. “Isso alivia e acho que vai tanto normalizar a produção de aves e suínos quanto estabilizar um pouco o preço (do milho) em níveis compatíveis”, acredita
Ainda assim, Turra acredita que há grande possibilidade de alta no preço dessas carnes para o consumidor, já que o setor não conseguiria absorver totalmente o aumento no preço do cereal. “Não há como sustentar 23% de aumento em seis meses, é muito elevado”.
O diretor-executivo Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul (Sips-RS), Rogério Kerber, conta que empresas do segmento já estão com importações em andamento, enquanto outras avaliam custos e tributações. “A ABPA está encaminhando o assunto junto ao Ministério da Agricultura no sentido de alcançar a isenção de PIS e Cofins”, afirma.
Além disso, a suinocultura gaúcha também articula com a Secretaria da Fazenda adiar o pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “Não é um pleito para evitar o pagamento, mas postergar para a etapa seguinte, no momento da comercialização da produção”, afirma Kerber.