CORREIO DO POVO | ONLINE
Fiscais federais agropecuários prometem mobilizações a partir desta sexta-feira
Filiado ao PTB, o novo superintendente do Ministério da Agricultura no RS, Luciano Maronezi, admite que foi nomeado após indicações políticas, por meio dos deputados federais Luiz Carlos Busato e Ronaldo Nogueira, do mesmo partido. A nomeação foi publicada nesta quinta, no Diário Oficial da União, junto com a exoneração do veterinário Roberto Schroeder, que ocupava o cargo desde maio de 2015. Descontentes, os fiscais federais agropecuários prometem mobilizações a partir desta sexta-feira.
De acordo com Maronezi, a possibilidade de assumir o cargo começou a ser discutida há cerca de um mês. Na ocasião, ele enviou um currículo ao ministério. Apesar da ligação partidária, o novo superintendente afirma que a preocupação da legenda era realizar uma indicação técnica. “Como tenho certa formação na área, acabaram me escolhendo para ocupar o cargo”, explica.
Maronezi, 36 anos, é técnico em agropecuária, graduado em Administração de Empresas e em Planejamento e Gestão para o Desenvolvimento Rural. Filho de agricultores, ele chegou a trabalhar no campo. Durante quatro anos, foi secretário de Meio Ambiente, Minas e Energia da Prefeitura de Nova Alvorada. Em 2008, foi candidato a vice-prefeito.
Sobre a insatisfação dos servidores, o novo superintendente tenta apaziguar os ânimos. “Eu pediria que eles tenham calma, tranquilidade. Não vou ser uma pessoa que vai chegar e provocar uma série de modificações”, explica. “Me considero colega deles, não de profissão, mas vamos estar trabalhando no mesmo departamento”, complementa. Um dos primeiros compromissos de Maronezi à frente da superintendência ocorre na manhã desta sexta-feira, quando ele se reúne com diretorias do Mapa/RS para se inteirar dos assuntos da pasta.
Ao se despedir do cargo, Schroeder, que é servidor do quadro do ministério, lamentou o critério de escolha do novo chefe da pasta no RS. Ele disse que, mesmo com uma nomeação política, tinha a esperança de que o novo superintendente pudesse ser um colega que já atuasse no órgão. “Não que eu seja insubstituível, ou que a minha presença seja imprescindível. O que mais chateia é que coloquem uma pessoa que, até onde eu sei, nunca teve experiência no serviço público federal”, observa. “Não conheço a pessoa, mas só pelo fato de ser alguém que não vinha participando de nenhum processo relativo à superintendência, por si só já é um retrocesso.”
Durante os nove meses em que esteve à frente da superintendência, Schroeder afirma ter conseguido descentralizar algumas decisões do órgão. Um dos pleitos junto ao governo federal era a ampliação do número de fiscais no Estado. Desde 2008, esse número caiu 8%, segundo Schroeder.