ZERO HORA | CAMPO ABERTO | PÁGINA 16
O Rio Grande do Sul encerrou o ano passado com leve alta, de 0,79%, no número de animais abatidos, apontam dados do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa). Foram quase 843 milhões de cabeças (suínos, aves, ovinos, bovinos e bubalinos), ante 836,4 milhões em 2015. Para o presidente do fundo, Rogério Kerber, chama a atenção o aumento do volume nas indústrias de carne bovina com inspeção federal (habilitadas à exportação).
A explicação, segundo Kerber, estaria no mercado. Com restrição no consumo interno de carne, as indústrias teriam partido para as vendas externas.
Foram quase 5 mil toneladas a mais de carne bovina desossada congelada, ampliando em US$ 22 milhões o faturamento na comparação com 2015, apontam dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado (Sicadergs), Zilmar Moussalle concorda que a crise corroeu o poder de compra do consumidor no ano passado e fez o gaúcho economizar justamente em um dos itens pelos quais é nacionalmente conhecido: o churrasco de carne bovina.
– A gente brinca que não vê mais fumaça na beira da praia. O consumo está travado desde julho do ano passado – diz Moussalle.
Ainda finalizando as estatísticas de 2016, o Sicadergs estima exportação estável – entre 84 mil e 90 mil toneladas. Mas afirma que houve um período em que as empresas do Rio Grande do Sul passaram a vender carne para Santa Catarina e para São Paulo.
– O boi estava mais barato aqui – justifica Moussalle.