Facebook
Contato: (51) 99322.7144
thais@thaisdavila.com.br

09/07/2016 – CP: Custo reduz opção pelo sistema

CORREIO DO POVO | RURAL | PÁGINA 10

Apesar da alta no preço dos grãos, utilização é defendida como forma de ampliar oferta de carne

A alta no preço dos grãos em 2016 reverteu a adoção de uma estratégia que vinha aumentando entre os produtores de gado de corte para encarar o período de entressafra, compreendido nos meses de junho, julho e agosto: o confinamento. Mesmo com a produção de carne se mantendo estável no Estado, os produtores têm encontrado dificuldades nos meses de inverno, em razão da falta de pastagens e da necessidade de aguardar pelas culturas de aveia e azevém, que ficam prontas para o pasto na primavera.

“Neste ano, tivemos um comportamento atípico (no preço dos grãos) e mesmo os produtores mais competitivos tiveram de repensar o confinamento em função do preço do alimento”, afirma o presidente da Federação dos Clubes de Integração e Troca de Experiências (Federacite), Carlos Simm. O custo da ração, por animal, é calculado em R$ 5,80 por dia. Há um ano, o valor era de R$ 4,50.

O vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira, lembra que a cada inverno a situação se repete. “Nos meses de frio, cai a oferta de gado de corte. Em consequência, o preço aumenta, e se o produtor conseguir garantir animais de qualidade neste período, vai lucrar”, diz. No Rio Grande do Sul, estima Pereira, entre 30 e 40 mil cabeças de gado de corte são criadas em confinamento, percentual insignificante diante do rebanho gaúcho, que, incluindo a pecuária leiteira, ultrapassa os 13 milhões de animais. O dirigente admite, no entanto, que no quadro atual, em que os grãos, base das rações, estão altamente valorizados, seria muito oneroso para o produtor buscar esse método de terminação. “O que defendemos é que o produtor comece a pensar com mais atenção nesta possibilidade para os próximos anos. Estaria não apenas se precavendo dos problemas da entressafra, mas também atendendo a uma exigência cada vez maior do mercado por animais bem pesados e terminados com qualidade”, ressalta.

O veterinário Leonardo Canali Canellas, pós-doutorando do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva da Ufrgs, explica que o confinamento é caro por estar vinculado a uma dieta balanceada do animal, mas pode ser feito em instalações simples e de baixo custo. Canellas explica, ainda, que não se deve confundir o confinamento de bovinos com o de outros animais, como aves e suínos. “No caso de bovinos, além de não representar a disputa por pequenos espaços, também garante a boa alimentação do animal e, portanto, seu conforto”, assinala. O veterinário ressalta que uma das alternativas para o produtor que quiser adotar a estratégia do confinamento nos meses de entressafra, ou como prática permanente, é plantar os grãos servidos como ração. “Ter uma produção própria de milho, por exemplo, diminui o custo e torna a alternativa viável”, acrescenta.

Clique aqui e confira a matéria na página.