CORREIO DO POVO | RURAL | PÁGINA 9
Criadores não terão de repetir exames com resultados negativos a cada dois meses para movimentar animais
O secretário da Agricultura, Ernani Polo, anunciou ontem que o Estado vai ampliar a permissão de trânsito de equinos com exame negativo de mormo dos atuais 60 dias para 180 dias. A medida deve ser oficializada amanhã, por meio da publicação de Instrução Normativa no Diário Oficial do Estado. A decisão foi tomada com base em parecer técnico de grupo de trabalho do qual fazem parte representantes da Secretaria da Agricultura (Seapi), Ministério da Agricultura (Mapa) e Ufrgs.
Atualmente, a maioria dos animais testados são os que participam de eventos e fazem parte da população de risco. “A melhor estratégia não é testar com frequência os animais que fazem parte da população de risco, mas testar todos os animais para eliminar os positivos”, explica o veterinário Gustavo Diehl, responsável pelo Programa de Sanidade dos Equinos da Seapi. “Estamos migrando o esforço em direção a uma estratégia mais efetiva para erradicação”, avalia o fiscal federal agropecuário Bernardo Todeschini, chefe do Serviço de Saúde Animal do Mapa/RS.
Ao atender a reivindicação das entidades do setor e conceder maior prazo de validade para a Guia de Trânsito Animal (GTA) dos equinos, a tentativa do Estado é sensibilizar os criadores a testarem o maior número possível de animais. “Só aumenta mais a nossa responsabilidade”, avalia o presidente da Federação Gaúcha de Laço, Cleber Vieira.
O mormo foi diagnosticado no Estado há um ano. Neste período, foram feitos 180.052 testes e identificados 62 casos positivos para a doença. Com base nesses dados, a equipe técnica chegou à conclusão de que a prevalência da doença no Rio Grande do Sul é de 0,034%, índice considerado baixo. Entretanto, esta avaliação leva em conta apenas o universo de animais testados. Considerando que até então era necessário repetir o exame a cada dois meses, pode-se estimar que pelo menos 30 mil equinos já foram testados. A população de equinos no Estado é de 529 mil animais.
O presidente do Conselho Regional de Veterinária, Rodrigo Lorenzoni, mantém o alerta à sociedade, profissionais e criadores sobre a gravidade da zoonose, reafirmando que as normas das autoridades sanitárias devem ser cumpridas à risca.